Polícia procura seis envolvidos em mortes de PMs
VITÓRIA DA CONQUISTA As polícias Civil e Militar procuram seis pessoas envolvidas de forma direta e indireta nas mortes do tenente Luciano Libarino Neves e do soldado Robson Brito de Matos. A informação foi repassada ao secretário da Segurança Pública, Ricardo Mandarino, ontem, durante reunião em Vitória da Conquista, no sudoeste do estado.
Ele foi à cidade acompanhar as investigações junto ao comandante geral da Polícia Militar, Coronel Paulo Coutinho, e a delegada geral da Polícia Civil, Heloísa Campos Brito.
Além dos seis foragidos, outros três apontados como suspeitos foram mortos em troca de tiros com a polícia nas cidades de Vitória da Conquista e de Itiruçu, e um deles acabou preso em flagrante pelo duplo homicídio. O homem terminou ferido no braço e, após atendimento, foi autuado.
“Estou aqui para prestar toda a minha solidariedade à Polícia Militar, atingida de forma brutal por conta desse ataque covarde. Parabenizo a PM e a Polícia Civil pelo empenho na identificação e localização dos autores”, declarou o secretário, que informou que, com base na perícia feita no local, “ficou claro que os policiais efetuaram os disparos após terem sido atingidos”.
O crime aconteceu em uma comunidade cigana no distrito de Josué Gonçalves, na zona rural de Conquista. Desde esse dia, ciganos da região denunciam que são alvos de represálias. O Instituto Cigano do Brasil divulgou nota afirmando que respeita o trabalho de investigação e não compactua com o crime, mas afirma que os ciganos da Bahia “estão sendo caçados como animais pelas milícias”.
Sessenta e seis lideranças ciganas assinam o texto. A nota pública diz que “policiais vêm promovendo uma verdadeira caçada e matança junto a todas as famílias ciganas da cidade e da região”. Eles elencam seis mortos e pelo menos 15 baleados, segundo relatos da mídia local, e também falam de áudios ameaçando ciganos.
“Comunidades inteiras não podem ser criminalizadas por atos individuais. Da mesma forma entendemos que tais atitudes criminosas não representam uma corporação como um todo e reafirmamos que somos extremamente contrários a essas atitudes que legitimam a pena de morte no Brasil, visto que, segundo o Código Penal, os autores dos crimes devem ser julgados de acordo com a lei vigente no país”, finalizam.
A Polícia Militar diz que não coaduna “com comportamentos que fujam à legalidade” e informou que é possível denunciar casos pela Ouvidoria Geral do Estado, por meio do telefone 0800 284 0011, anonimamente.
Os dois policias militares foram mortos a tiros na manhã de terça-feira (13), na zona rural de Vitória da Conquista. Os dois eram lotados na 92ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM/ Vitória da Conquista / Ronda Rural). O crime aconteceu no distrito de Josué Gonçalves. Segundo a Polícia Militar, os dois policiais tiveram as armas levadas pelos bandidos - um grupo de dez homens, segundo o secretário Mandarino.