Bolsonaro diz que irá vetar fundo eleitoral de R$ 5,7 bi
ORÇAMENTO O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou, ontem, em entrevista à TV Brasil que irá vetar o novo fundo eleitoral de R$ 5,7 bilhões, que foi aprovado no Congresso Nacional dentro do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2022. "É uma cifra enorme que, no meu entender, está sendo desperdiçada, caso seja sancionada", afirmou. "Posso adiantar para você que não será sancionada".
Segundo o presidente, o dinheiro pode ser mais bem empregado na construção de pontes e construção de malha rodoviária, por exemplo. "O valor é astronômico. Mais R$ 6 bilhões para fazer campanha eleitoral. Imagina nas mãos do ministro Tarcísio [de Freitas, ministro da Infraestrutura] o que poderia ser feito com esse dinheiro", afirmou na entrevista. O montante foi aprovado pelo Congresso Nacional na semana passada. Cabe a Bolsonaro sancionar a LDO integralmente, parcialmente ou vetar o texto. nA quantia para o fundo em 2022, com dinheiro público, representa três vezes o valor de R$ 2 bilhões previsto para as eleições de 2018 e de 2022. Eventuais vetos do presidente da República a trechos de projetos aprovados pelo Congresso Nacional devem ser analisados pelos parlamentares, que podem mantê-los ou derrubá-los.
Os deputados Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e Carla Zambelli (PSL-SP) e o senador Flavio Bolsonaro (Patriota-RJ) votaram a favor do texto. Depois, apoiaram um destaque apresentado pelo Novo para reduzir o valor. Segundo eles, sem a aprovação da LDO, o governo poderia parar.
O presidente Jair Bolsonaro afirmou que é preciso conviver em “harmonia” com o Congresso: “Nem tudo que eu apresento é aprovado, nem tudo que é aprovado pelo Legislativo eu tenho obrigação de aceitar. Mas a tendência nossa é não sancionar em respeito ao trabalhador e ao contribuinte”.
Ontem, questionado sobre o tema, o vice-presidente Hamilton Mourão disse que, se consultado, recomendará a Bolsonaro vetar o aumento.