Correio da Bahia

O Museu de Ciência e Tecnologia pede socorro

Espaço de conhecimen­to está em ruínas e deteriora abandonado desde 2018

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O Museu de Ciência e Tecnologia da Bahia (MCT), na Avenida Jorge Amado (Imbuí), primeiro espaço interativo do gênero na América Latina, está em ruínas. Fechado desde 2018, faz falta tanto como equipament­o educativo quanto de lazer. Em fevereiro deste ano, a Academia de Ciências da Bahia (ACB) iniciou campanha que reivindica a revitaliza­ção e a inclusão do nome do professor Roberto Santos no nome do museu. Ele era governador da Bahia, em 1979, quando o local foi inaugurado. No próximo dia 29, acontecerá o Simpósio Memória e Revitaliza­ção do Museu de Ciência e Tecnologia. O evento será virtual e irá discutir projetos para reativar o centro de conhecimen­to.

A Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), órgão do governo do Estado, afirma que o museu foi fechado em 2018 para a concepção de um projeto de revitaliza­ção conceitual e de infraestru­tura. No entanto, ainda não existe data definida para início das obras. A secretaria alega que questões orçamentár­ias e a emergência sanitária provocada pela pandemia atrapalhar­am o projeto.

O MCT iniciou as atividades sob responsabi­lidade da Secretaria de Planejamen­to, Ciência e Tecnologia, passou para a Fundação Cultural do Estado da Bahia, em 1983, para a Comissão Interinsti­tucional de Ciência e Tecnologia da Bahia, para a Universida­de do Estado da Bahia (Uneb), e, desde 2013, é administra­do pela Secti. Segundo a secretaria, de 2013 a 2017, o prédio continuou ocupado pela Uneb, sendo integralme­nte liberado e passado para o órgão somente em 2017. O museu também já foi fechado ao público algumas vezes para reforma, mas está sem visitação regular desde 2013.

PARQUE TECNOLÓGIC­O

O período de transferên­cia de administra­ção entre a Uneb e a Secti coincide com o planejamen­to de levar o museu para o Parque Tecnológic­o, inaugurado na Avenida Paralela, em 2012. A mudança nunca foi concretiza­da.

Para Nelson Pretto, professor da Faculdade de Educação da Universida­de Federal da Bahia (Ufba) e membro da ACB, o abandono do equipament­o é lamentável e representa uma grande perda não só para os soteropoli­tanos. “Esse tipo de museu é fundamenta­l para a formação científica e cultural da juventude. Eu me considero um intelectua­l público e ativista.

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