Correio da Bahia

Bolsonaro e Omar Aziz se atacam em dia sem CPI

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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o presidente da comissão, o senador Omar Aziz (PSD-AM) trocaram farpas, ontem, no primeiro dia de recesso da CPI da Covid. Pela manhã, Bolsonaro falou a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, e chamou Aziz de "anta amazônica". Aziz respondeu à acusação pelas redes sociais, e manteve a conversa no reino animal, classifica­ndo o presidente como "macaco guariba".

O chefe do Executivo comentou com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada sobre denúncias contra o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, envolvendo a compra de vacinas Coronavac. "O que a imprensa fazia naquela época? Tem que comprar vacina, não interessa o preço. Agora, quem queria comprar vacina, não interessan­do o preço e sem passar pela Anvisa era o Omar Aziz. Isso está documentad­o numa emenda que ele apresentou numa medida provisória nossa, sobre vacina, bem como o irmão do Renan Calheiros, o Renildo Calheiros, apresentou uma emenda igualzinha, que estados e municípios podiam comprar vacina sem a certificaç­ão da Anvisa e sem licitação", disparou Bolsonaro.

O presidente partiu então para agressão. "Imagina se aprova isso, hein, Omar Aziz? Mais conhecido como anta amazônica. Anta amazônica. Estariam alguns prefeitos e governador­es comprando vacina a R$ 30 ou R$ 50 a dose, pode vacina até da Lua, porque não precisava passar pela Anvisa", alegou.

SUSPEITAS

Em resposta aos ataques do presidente, Aziz pediu que Bolsonaro estude a fauna amazônica e defendeu que o chefe do Executivo federal “cada vez fala para menos pessoas”. “Vocês acabaram de ver o vídeo do presidente naquele famoso cercadinho, que cada vez fica menor, cada vez fala pra menos e cada vez mais expele ódio nas pessoas”, disse, referindo-se ao vídeo gravado por apoiadores em que Bolsonaro compara o senador a uma “anta”. O presidente da CPI voltou a cobrar um gesto de solidaried­ade de Bolsonaro às vítimas da covid-19 e rebateu as agressões: “O senhor não sabe o que é uma anta amazônica, mas quem trabalhou aqui e serviu aqui [no Amazonas], os valorosos militares que serviram na Amazônia, sabe o que a anta significa pro meio ambiente”.

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