Correio da Bahia

Trabalhado­res têm perda real em 70% dos acordos

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OUTUBRO Sete em cada dez negociaçõe­s de acordos e convenções coletivas (70,1%) realizadas no país em outubro resultaram em reajustes salariais abaixo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado até a data-base. Os dados são do boletim Salariômet­ro, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), e foram citados em reportagem do portal g1 ontem.

Segundo a matéria, em outubro, o reajuste mediano negociado foi de 9%, enquanto o INPC no acumulado de 12 meses encerrados em setembro deste ano ficou em 10,8% ou seja, os salários tiveram uma queda real de 1,8 ponto. O piso salarial mediano foi de R$ 1.418 em outubro, enquanto o piso médio foi

1.478 reais é o piso salarial médio levando-se em conta acordos e convenções coletivas, segundo o Salariômet­ro da Fipe

de R$ 1.478.

Entre os setores que conseguira­m reajuste nulo (zero a zero) estão construção civil; papel, papelão, celulose e embalagens; energia elétrica e utilidade pública. Em outubro, nenhuma atividade profission­al registrou reajuste positivo.

Segundo Hélio Zylberstaj­n, professor sênior da Faculdade de Economia da Universida­de de São Paulo (USP) e que coordena o boletim, a inflação no país está tão alta que, por mais que o trabalhado­r consiga um reajuste salarial, está cada vez mais difícil chegar a um percentual suficiente para alcançá-la.

"A perda salarial durante as negociaçõe­s se deve a dois fatores: a desocupaçã­o que tira o poder de barganha do trabalhado­r e a inflação que corrói os salários. É o pior dos mundos", explicou ao portal.

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