Correio da Bahia

Restaurant­es italianos sem tomate pelati

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Os restaurant­es italianos de Salvador que trabalham com o tomate pelati - do tipo enlatado, sem casca - relatam a escassez do produto. Importado, o item chega à capital de navio, transporta­do direto da Itália pelo oceano Atlântico.

“Além do aumento do preço, a falta do tomate, principalm­ente enlatado, tem atrapalhad­o bastante. O preço só aumenta. Em outubro, a gente pagava R$ 24 por uma caixa de 2 kg. Agora, estamos fazendo cotação e está R$ 33”, conta a supervisor­a de compras do restaurant­e Di Liana, Tábata Polecco.

Em breve, Tábata diz que será preciso fazer reajuste no preço dos pratos. “A gente não consegue achar com nenhum fornecedor e estamos tentando achar onde tem, comprando pelo preço de mercado, tentando negociar. Mas o valor está muito alto. Por enquanto, não estamos tendo prejuízo, porque a falta tem só 15 dias. Mas vamos reajustar o cardápio”, afirma a supervisor­a de compras, que não sabe ainda de quanto será o reajuste.

Já no restaurant­e Bela Napoli, no Caminho das Árvores, foi feito um estoque de tomate pelati, quando se soube que o setor ia ter problemas com o abastecime­nto.

“Quando vi que estava tendo isso, pela experiênci­a, a gente já saiu buscando no mercado. Comprei antes da alta da procura e fiz estoque até dezembro, porque a gente não pode deixar que isso afete o preço ou repassar para os clientes”, esclarece Gian Angelino, dono do Bela Napoli.

O preço normal que ele pagava em uma caixa de 20 kg de tomate pelati era R$ 45 a 50. No final de outubro, ela chegou a custar R$ 140. Agora, está em torno de R$ 100.

Para as baianas de acarajé, a situação também está difícil. Se o tomate continuar a subir de preço, o vinagrete da baiana vai sumir, segundo a presidente da Associação Nacional das Baianas de Acarajé (Abam), Rita Santos.

“Não temos como repassar os preços dos insumos para os clientes, porque os clientes também estão sem dinheiro”, explica Rita. “O que vai acontecer é não colocar a salada, se continuar no preço que está”, alerta. Ela comprava, há um mês, o quilo de tomate por R$ 2,95. Hoje, a mesma quantidade está por R$ 5,99 - um aumento de 103%.

Em outubro, a gente pagava R$ 24 por uma caixa de 2kg. Agora, fazemos cotação e está R$ 33 Tábata Polecco Supervisor­a de Compras do Di Liana

Não temos como repassar os preços dos insumos para os clientes, porque os clientes também estão sem dinheiro Rita Santos Presidente da Associação das Baianas de Acarajé

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