São Paulo confirma 3º caso da Ômicron
Pandemia Infectado veio da Etiópia; Doria quer que festas de réveillon sejam canceladas
A Secretaria de Estado de São Paulo confirmou ontem o terceiro caso da variante Ômicron no Brasil. Trata-se de um passageiro proveniente da Etiópia, de 29 anos, que desembarcou em Guarulhos no sábado (27), quando testou positivo para covid-19.
De acordo com as informações, o passageiro está em isolamento domiciliar desde o desembarque, sem sintomas, e sendo acompanhado pela vigilância do município de Guarulhos, local que reside. O homem é vacinado com duas doses do imunizante da Pfizer.
Os dois primeiros casos da variante Ômicron no estado foram confirmados na tarde de terça-feira (30). Os casos são de um homem de 41 anos e uma mulher de 37, provenientes da África do Sul. Eles desembarcaram no Brasil no dia 23 e fizeram exame antes de embarcar novamente no dia 25. Ambos tiveram resultado positivo em exames de PCR coletados no Aeroporto Internacional de Guarulhos, antes de viagem à África do Sul.
Ontem, a vigilância municipal da capital atualizou as informações dos pacientes para a pasta estadual e informou que ambos foram vacinados com o imunizante da Janssen na África do Sul.
A partir do início desta semana, na tentativa de conter o espalhamento da variante, que já foi identificada em todos os continentes, o Brasil fechou as fronteiras para passageiros vindos do sul da África. A medida tem feito brasileiros pedirem ajuda ao consulado para repatriação.
A descoberta da variante Ômicron expõe o risco de a África ter cerca de 90% de não vacinados - o que eleva as chances de surgirem novas versões do vírus, alertam especialistas. Oito em cada dez nações africanas não conseguiram imunizar nem 20% da sua população.
O governador João Doria (PSDB) defendeu que prefeitos paulistas suspendam festas de réveillon no estado. Com a chegada da Ômicron e a quarta onda da covid-19 na Europa, ao menos 14 capitais no Brasil já desistiram de eventos públicos no fim do ano. A cidade de São Paulo, porém, ainda mantém o planejamento da festa. “Vamos no caminho da cautela e do zelo para proteger vidas. Não era hora de fazer festas de réveillon”, disse Doria, em viagem oficial a Nova York para encontro com investidores organizada pela InvestSP. “Embora seja decisão dos municípios, não me parece a hora adequada”, acrescentou.
TESTES
Ontem, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) solicitou a Pfizer, Butantan, Fiocruz e Janssen informações sobre os estudos em andamento para avaliar o impacto de novas cepas na eficácia e na efetividade dos imunizantes. A Anvisa disse também atuar junto a autoridades internacionais e às empresas envolvidas para permitir que as atualizações nas vacinas, caso necessárias, "sejam realizadas com agilidade, mantendo o perfil de qualidade, eficácia e segurança."
A agência lembrou que as vacinas atuais permanecem efetivas na prevenção contra a covid-19, evitando casos graves e morte. "A melhor coisa que a população pode fazer é ser vacinada ou receber o reforço do imunizante e manter as medidas de prevenção, como o uso de máscara, a higienização das mãos e o distanciamento social", frisou a agência reguladora.