Correio da Bahia

Óleo no litoral do NE veio de navio grego, conclui polícia

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VAZAMENTO A Polícia Federal concluiu que um navio petroleiro grego foi o responsáve­l pelo derramamen­to da substância no mar, com manchas de óleo atingindo o litoral baiano e outros pontos do Brasil, entre agosto de 2019 a março de 2020.

Ao todo, as manchas apareceram em mais de mil localidade­s em todos os estados do Nordeste, além de atingir também Espírito Santo e Rio de Janeiro.

Foram dois anos de investigaç­ão. A PF afirma que existem indícios suficiente­s de que foi o navio de bandeira grega que causou o desastre ambiental. A empresa responsáve­l não teve o nome revelado. Os proprietár­ios, o comandante e o chefe de máquinas do navio foram indiciados por crimes de poluição, descumprim­ento de obrigação ambiental e dano a unidade de conservaçã­o.

A investigaç­ão mostra que os poderes públicos gastaram mais de R$ 188 milhões para limpar as praias, contando aí os esforços municipal, estadual e federal. O valor total do dano ambiental ainda será determinad­o por perícia.

O inquérito policial será encaminhad­o ao poder Judiciário Federal do Rio Grande do Norte e Ministério Público Federal para análise e adoção das medidas cabíveis.

As manchas pararam de chegar, mas o resíduo ainda assusta por ter deixado uma marca na forma de impactos ambientais. O diretor do Instituto de Biologia da Universida­de Federal da Bahia (Ibio/Ufba), Francisco Kelmo, estima que a natureza vai levar, no mínimo, 10 anos para se recuperar.

Pescadores de algumas regiões afetadas relatam a escassez de peixes após o acidente do óleo. O presidente da Colônia de Pesca de Conde, no Litoral Norte, Givaldo Batista dos Santos, afirma que o barco da colônia volta “quase vazio” para a costa. Antes, em uma viagem de oito dias, os pescadores da região chegavam a capturar 500 quilos de pescado, mas agora apenas 100 kg “na marra”.

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ARISSON MARINHO/ARQUIVO CORREIO* As manchas apareceram em mais de mil localidade­s da região

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