Alemanha restringe circulação de não vacinados
COVID-19 As pessoas que não estão vacinadas contra covid-19 na Alemanha ficarão proibidas de acessar lojas não essenciais e estabelecimentos culturais e recreativos no país. A decisão, tomada em acordo pelos governos estaduais e federal, é parte do esforço para conter o aumento das infecções por coronavírus, que voltaram a ultrapassar a marca de 70 mil novos casos diários.
Responsável pelo anúncio da novidade, ontem, a chanceler Angela Merkel afirmou que a medida é necessária diante da preocupação sobre uma possível superlotação dos hospitais na Alemanha. Ela argumentou que os não vacinados são mais propensos a desenvolver quadros severos da doença.
“A situação do nosso país é grave”, disse Merkel a repórteres em Berlim, classificando a medida como um “ato de solidariedade nacional”. Outra novidade é que farmácias e dentistas passam a poder aplicar vacinas.
A chanceler afirmou ainda que as autoridades também concordaram em exigir máscaras nas escolas e impor novos limites às reuniões privadas. O objetivo é ter 30 milhões de imunizados até o fim do ano.
Merkel também disse que o parlamento vai debater a possibilidade de impor a vacinação obrigatória, que entraria em vigor em fevereiro. A votação sobre o tema, no entanto, ficará para o início de 2022, após um comitê elaborar uma legislação.
Cerca de 68,7% da população da Alemanha está totalmente vacinada contra a covid-19, uma taxa abaixo do mínimo de 75% que o governo almeja - e uma das menores da Europa. O ministro das Finanças, Olaf Scholz, que será eleito chanceler por uma coalizão de centro-esquerda no próximo dia 8, disse na terça-feira que apoia a ordem geral de vacinação, mas defende que os legisladores votem de acordo com sua consciência pessoal, em vez de seguirem linhas partidárias sobre o assunto.
O aumento de casos de covid nas últimas semanas e a chegada da nova variante Ômicron acenderam o alerta para médicos e cientistas alemães, que apontaram que os serviços médicos do país podem ficar sobrecarregados nas próximas semanas, a menos que medidas drásticas sejam tomadas.
Alguns hospitais no sul e no leste do país, por exemplo, já transferiram pacientes para outros estados devido à falta de leitos de terapia intensiva (UTI). A situação é mais complicada nos estados da Baviera e da Saxônia.
O Instituto Robert Koch, agência estatal alemã de controle e prevenção de doenças, relatou 73.209 novos casos de covid-19 confirmados ontem. O país também relatou 388 novas mortes pela doença em 24 horas, elevando o total para 102.178. Apesar de agora haver mais infecções, o número de mortes diárias corresponde a menos da metade do registrado no fim de 2020, no auge da segunda onda.