Crise hídrica e geadas golpearam o agronegócio
Choques de oferta na agropecuária e na indústria foram decisivos para o desempenho negativo do PIB. A seca histórica que atingiu o país no inverno leva boa parte da culpa. Por causa da estiagem, a agropecuária registrou queda de 8% sobre o segundo trimestre, pior resultado desde o primeiro trimestre de
2012, quando a queda foi de 19,6%.
Além da seca, que golpeou em cheio a segunda safra de milho, o inverno foi marcado por geadas que atingiram as plantações de café e os canaviais. "O terceiro trimestre nos lembrou de que a atividade agropecuária é inerente aos efeitos do clima", disse o coordenador do Núcleo Econômico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Renato Conchon.
O governo federal, no entanto, minimizou os impactos da retração de 0,1% no PIB. Em evento ontem, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou, inclusive, que o país vai crescer em 2022. "Dizer que o Brasil não vai crescer é um equívoco. O Brasil vai crescer um pouco menos, porque vamos combater a inflação", afirmou. "Hoje [ontem], saiu o dado de que entramos em recessão técnica, e a Bolsa subiu 3%. Se alguém estivesse levando a sério que o PIB vai cair, a Bolsa não estava subindo", acrescentou. O resultado final da B3 no dia foi de alta de 3,66%, puxada pela aprovação da PEC dos Precatórios.