Correio da Bahia

Boate Kiss: julgamento de acusados tem testemunho­s fortes de vítimas

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PORTO ALEGRE Começou na manhã de quarta-feira (1º), em Porto Alegre, o julgamento de quatro réus do caso Boate Kiss. Eles respondem pela morte de 242 pessoas no incêndio que também deixou 636 feridos em Santa Maria (RS), em janeiro de 2013. Os trabalhos tiveram início com a escolha dos sete jurados que ao fim do julgamento deverão proferir o veredicto sobre o caso. Na chegada ao tribunal, um dos réus disse não ser "assassino".

Estão no banco dos réus os dois sócios da Kiss, Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann, além do músico Marcelo de Jesus dos Santos e do produtor Luciano Bonilha. Todos eles são acusados pelas mortes na boate.

No mesmo dia, ocorreu também o início dos depoimento­s de sobreviven­tes do incêndio sobre as circunstân­cias em que as chamas começaram e como o fogo se propagou na casa noturna após o uso de materiais pirotécnic­os pelo grupo musical que se apresentav­a na ocasião.

A segunda sobreviven­te a depor foi Kelen Giovana Leite Ferreira, que teve 18% do corpo queimado e parte de uma perna amputada em razão dos ferimentos sofridos. O depoimento dela foi um dos mais fortes. “A última vez que eu corri foi para tentar me salvar da morte. (...) Dor não é gravar um vídeo e chorar. Dor é passar esses oito, quase nove anos, o que eu passei lá dentro, o que eu passo na minha pele, o que eu passo andando na prótese, machuca. Isso é dor. Dor é quando eu olhei muito tempo no espelho e chorei por ter ficado assim”, falou, emocionada. O julgamento deve durar ainda mais uma semana, ao menos.

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