FLAVIA AZEVEDO É ARTICULISTA DO CORREIO, EDITORA E MÃE DE LEO
Antes que eles comecem a me perguntar, vou dizer logo o que eu fiz. Até sei que a proposta é de uma reflexão íntima e particular, mas vou dividir que você também vai escutar "então é natal, o que você fez" e é melhor se comparar aqui comigo do que com o mundo maravilhoso das redes sociais. Vai ser melhor pra sua autoestima, prometo, e já começo dizendo que não lembro de ter feito nada mais importante do que sobreviver. Eu e meu filho. Você também? Toca aqui! O resto foi adereço ou instrumento. Fiz mesmo foi não morrer, não adoecer nem surtar e, sinceramente, tô bem orgulhosa de mim.
(A parte de não surtar será grande desafio manter até dia 31 porque acabaram de montar um circo horrível - não é preconceito, eu conheço esse de outros carnavais - do lado daqui de casa e o carro de som anunciando o "espetáculo" já tá rodando na cidade. Daqui a pouco, as piadas impróprias começam e ecoar por toda a casa, tarde da noite, e o esgoto a rolar na calçada. Ou seja, o que 2021 quer da gente, até o fim, é coragem.)
Divago e não sei se vou conseguir escrever direito que o carro de som tava indo, porém já voltou. Parte da minha vitória é ter permanecido, também neste ano, sem me render ao uso de psicotrópicos, mas olhe... tem horas que repenso. Uma pessoa bem medicada não deve sentir a vontade que eu tô sentindo de ir ali xingar do malabarista ao palhaço. Isso, com aquele roupão preto que tô gostando de usar por esses dias. Uma atitude dessa não passa pela cabeça de alguém "normal". De todo modo, apenas imitar o comportamento de referência identificado como "normalidade" tem funcionado até aqui. Deus ajude continue assim.
Pronto, foi isso. Imitei normalidade o ano todinho. Muitas vezes, me perguntei "como uma pessoa funcional agiria nessa situação?" e o que me vale é toda vida ter gostado de ler teoria psicanalítica e afins. Aí, é mirar na funcionalidade e seguir. Mesmo que, muita vezes, em nada meus gestos se pareçam com o que eu, de fato, queria fazer. Exemplo? Tive bastante vontade de abrir o portão e deixar a gatinha recém-adotada se picar para onde ela quisesse, depois que ela fez xixi no sofá. Uma mãe bacana faz isso? De jeito nenhum. Uma mãe funcional e bacana explica ao filho que aquele foi um pequeno acidente, limpa o sofá e faz um carinho na gatinha que ela sim é um ser irracional. Foi o que eu fiz. Ponto pra mim.
Às vezes, não dá certo. Na maioria delas, sim. Daqui a pouco vou sair pra fazer uma caminhada, que atividade físi
pelo subtenente Messias.
Como de costume nas festas populares que ganham as ruas de Salvador a partir de dezembro, as homenagens a Santa Bárbara também tiveram seu lado profano em 1994. Aliás, tão profano que, à época, o jornal classificou como de mau gosto a forma como muitos perderam a linha depois da cerveja nas barracas montadas nos arredores.
DE ANTIGAMENTE
Embora se fale que as festividades acontecem há pouco mais de 100 anos, há documentos que mostram que as homenagens a Santa Bárbara começaram muito antes, ainda no século XVII, no antigo Morgado - hoje, depois chamado de Mercado de Santa Bárbara, que ficava nas imediações de onde hoje fica a Ladeira da Montanha. É o que explica o historiador Rafael Dantas, que estuda a iconografia de Salvador.
“No lugar atualmente existe um prédio eclético da primeira metade do século XX onde funciona a Faculdade Dom Pedro II, prédio que já sediou a Rede Ferroviária Federal, em frente a Praça da Inglaterra”, situa.
Segundo ele, as homenagens aconteciam naquele lugar porque dentro do Mercado existia uma capela para Santa Bárbara construída a mando do casal Francisco Pereira e Andressa de Araújo, ainda no século XVII.
“Só na década de 80 do século XIX é que os comerciantes do antigo mercado foram transferidos para a atual Baixa dos Sapateiros; e lá continuam até hoje, comemorando os festejos na igreja do Rosário dos Pretos”, completa Rafael.
Outra curiosidade sobre a festa é que a imagem da santa “passeou” por outros lugares. Já pertenceu à Igreja do Corpo Santo e à Conceição da Praia, antes de ser colocada na Igreja do Rosário dos Pretos.
“Interessante pontuar como as festas também possuem essa característica de acompanhar ou não as mudanças impostas pela sociedade, são andantes, morrem, se transformam ou passam por transformações. No decorrer do século XX, a festa já era um marco do calendário festivo, atrelado ao turismo em Salvador, conforme mostram livros, guias e fotografias de meados do século”, afirma o pesquisador. FOTO DE CLAUDIONOR JÚNIOR/ARQUIVO CORREIO*
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a variante Delta representa a maioria - ou o total - dos sequenciamentos feitos.
“A transmissão é o problema porque é a oportunidade de o vírus infectar tantas pessoas ao mesmo tempo que ele vai conseguir, a partir dessas mutações, adquirir alguma adaptação importante. Por isso as vacinas são importantes: além de controlar a transmissão, elas conseguem suprimir a frequência dessas mutações”, reforça Mellanie.
Em locais onde a transmissão do vírus está descontrolada, a chance de mutações acaba sendo maior. “Apesar de não sabermos exatamente quando e onde surgiu (a variante Ômicron), isso revela um problema grande de desigualdade na distribuição de vacinas em lugares com baixa cobertura vacinal”, acrescenta a pesquisadora.
DESIGUALDADE
Desde o anúncio da Ômicron, países como Estados Unidos e membros da União Europeia fecharam fronteiras para países da região Sul da África. O Brasil também suspendeu voos com passagens por dez países do continente, incluindo África do Sul, Moçambique e Angola. Outros, como Japão e