SAÚDE Hospital da Obesidade tem método de tratamento com internação que ajuda pacientes a superar dificuldades
As medidas de isolamento social tomadas com a pandemia de Covid-19 mudaram os hábitos das pessoas. Quem precisou ficar em casa, teve uma redução drástica das atividades fora do lar e, por consequência, o aumento da ociosidade. Para indivíduos que já sofriam com a obesidade, como o empresário Marcello Mansur, o aumento de peso provocou uma queda na qualidade de vida. “Até o início da pandemia, eu administrava um restaurante, porém, com a suspensão das atividades por conta do lockdown, fui obrigado a fechar o estabelecimento. Nesta época, eu já estava acima dos 180kg e comecei a sofrer um quadro de depressão. Isso acabou me levando a engordar mais de 50 quilos, e chegar a uma situação de obesidade extrema”, relata.
Na tentativa de perder peso pensando em realizar uma cirurgia bariátrica, Marcello tentou a prática de atividades funcionais em casa, mas a ausência de orientação apropriada acabou provocando lesões em ambos os joelhos. “Nesta época, eu já vinha tendo muita dificuldade para dormir e trabalhar por conta do peso, cheguei a ter pesadelos com amigos e familiares carregando o meu caixão. Foi quando conheci, através de uma rede social, o trabalho do Hospital da Obesidade”, explica. “Após um período de consultas online com diversos especialistas, fiz todos os exames e descobri que já estava pesando 232kg”, conta.
No Hospital da Obesidade, Marcello ingressou no tratamento em modelo de internação com apoio de uma equipe transdisciplinar, contando com acesso a todos os procedimentos em um mesmo local, e passou a contar com uma rotina de consultas médicas diárias, abordagem psicoterapêutica contínua com atividades realizadas em grupo e individualmente, além do monitoramento nutricional, fisioterapêutico, terapêutico ocupacional e acompanhamento com educadores físicos. “Em 11 meses de tratamento, reduzi o meu peso para 115 kg. Nesse período, aprendi muitas coisas e sigo aprendendo. É muito gratificante poder entrar em uma loja e escolher uma roupa. Além de tudo isso, encontrei a minha namorada e espero sair daqui para casar e ter uma vida inteiramente nova”, afirma.
CENÁRIO DA OBESIDADE
De acordo com o endocrinologista e Diretor Médico do hospital Sérgio Braga, a obesidade já vem sendo encarada como uma pandemia pela OMS há muitos anos, mas no último biênio ganhou visibilidade por conta da alta taxa de mortalidade entre obesos que contraíram o coronavírus. “Sabe-se hoje que a maioria das mortes por covid-19 no início da pandemia acontecia em pessoas obesas”, aponta. O médico destaca ainda outra questão: “A obesidade hoje, além de ser um grave problema de saúde, também se tornou um importante problema econômico-financeiro”.
Sérgio explica que entre os principais entraves encontrados pelos pacientes em tratamento da obesidade está a dificuldade de acesso a uma equipe transdisciplinar completa (como sugerem as diretrizes da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso)), mesmo aos que buscam atendimento clínico. “Em geral é difícil dispor em um mesmo local de médicos endocrinologistas, cardiologistas, psiquiatras, nutricionistas, psicólogos e terapeutas, educadores físicos, que é a nossa proposta aqui no Hospital da Obesidade”, ressalta.
INTERNAMENTO PARA TRATAR A OBESIDADE
O psicólogo Jorge Cordeiro comenta que o Hospital da Obesidade tem sido procurado principalmente por pessoas que, ao longo dos anos, buscaram, sem sucesso, outras estratégias para tratar o quadro crônico. Na opinião do especialista, o acompanhamento psicológico é um dos principais diferenciais na abordagem da instituição. “O paciente com obesidade vem de uma vida com muitos condicionamentos, então procuramos trabalhar pensamentos, sentimentos e a própria relação que ele mantém com seus mecanismos de compensação”, diz. “No contexto do internamento, ter um acompanhamento psicológico dedicado é fundamental, pois além da adaptação a novos conceitos de vida, o paciente está ingressando em uma rotina inteiramente nova”, completa.
Segundo o psicólogo, o Hospital da Obesidade busca oferecer todas as ferramentas para que o indivíduo adquira uma nova visão e consiga construir uma vida mais saudável. “Após ou durante a redução do peso, o paciente pode migrar para outras formas de compensação como álcool, drogas, consumismo. A partir das dinâmicas de psicoterapia, ele passa a lidar melhor com isso”, afirma. Por isso, o hospital oferece aos seus pacientes o acesso a um trabalho individualizado e aos grupos terapêuticos, que são fundamentais para que tenham uma visão mais ampla da própria condição. “Nosso objetivo é ofertar todos os tratamentos para cobrir as possíveis lacunas que este paciente carregue e possa ter uma vida integral e saudável”, destaca.
HOSPITAL DA OBESIDADE
Fundado há catorze anos, o Hospital da Obesidade conta com a proposta de devolver a saúde e a qualidade de vida às pessoas com obesidade, oferecendo aos pacientes uma alternativa de tratamento saudável, sem cirurgia.
Através de uma abordagem transdisciplinar que busca entender e tratar as causas da doença de maneira global, o hospital consegue oferecer aos pacientes chances maiores de sucesso do que em qualquer outro tratamento, tendo atendido quase 3 mil pacientes ao longo da sua existência, atingindo índice de sucesso acima de 90% em seu tratamento.
O método do Hospital da Obesidade coloca o paciente 100% dedicado ao tratamento e oferece todo o apoio médico necessário, inclusive com condições de fornecer o primeiro atendimento a emergências.
GUERRA A Rússia atacou a cidade natal do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e outros alvos ontem, com drones suicidas, enquanto a Ucrânia retomou total controle de uma cidade estratégica no leste do país, Lyman, em uma contraofensiva que abre novo capítulo para a guerra.
O fato de ter perdido a cidade de Lyman, usada como centro de transportes e logística, é um novo revés para o Kremlin, no momento em que o regime russo busca uma escalada na guerra ao anexar de modo ilegal quatro regiões da Ucrânia, além de ameaçar usar armas nucleares.
A anexação de regiões pelo presidente russo, Vladimir Putin, tem ameaçado levar o conflito para um novo nível perigoso. Isso levou a Ucrânia a pedir formalmente adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), o que até domingo já teve apoio de nove membros da aliança do centro e do Leste Europeu, temerosos de que a agressão russa possa mais adiante tê-los também como alvos.
Zelensky anunciou ontem em vídeo que suas forças agora controlam totalmente Lyman. Militares russos não comentaram sobre a cidade, após anunciar no sábado que estavam retirando suas forças dali para posições mais favoráveis. Militares do Reino Unido descreveram a retomada de Lyman como um “revés político significativo” para Moscou, e a Ucrânia parecia rapidamente capitalizar seus ganhos.
No sul ucraniano, a cidade de Krivyi Rih, onde nasceu Zelensky, ficou sob ataque da Rússia por um drone suicida que destruiu dois andares de uma escola no início do dia, disse o governador da região.
A Força Aérea ucraniana afirmou ontem que derrubou durante a noite cinco drones feitos no Irã, enquanto dois outros escaparam das defesa aéreas. Ataques russos também atingiram a cidade de Zaporizhzhia, afirmaram autoridades ucranianas.
A invasão da Ucrânia por parte da Rússia começou no dia 24 de fevereiro. Não há expectativa de término.