Correio da Bahia

Lula: BNDES voltará a financiar projetos em vizinhos

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VIAGEM O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou ontem que o Banco Nacional de Desenvolvi­mento Econômico e Social (BNDES) voltará a financiar projetos de desenvolvi­mento e engenharia em países vizinhos. Lula deu a declaração durante pronunciam­ento em Buenos Aires, na Argentina, ao lado do presidente argentino, Alberto Fernández. Os dois participar­am de um encontro com empresário­s dos dois países.

“O BNDES vai voltar a financiar as relações comerciais do Brasil e vai voltar a financiar projetos de engenharia para ajudar empresas brasileira­s no exterior e para ajudar que os países vizinhos possam crescer e até vender o resultado desse enriquecim­ento para um país como o Brasil. O Brasil não pode ficar distante. O Brasil não pode se apequenar”, disse Lula.

O petista afirmou que a ideia é que o Brasil seja um “protagonis­ta” internacio­nal no financiame­nto de grandes projetos.

Lula também pediu desculpas ao povo da Argentina do que chamou de “grosserias” do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, que ao longo do mandato trocou farpas públicas com Fernández. “Estou pedindo desculpas ao povo argentino por todas grosserias que o último presidente do Brasil, que eu trato como genocida pela falta de cuidado no trato da pandemia, todas as ofensas que ele fez ao companheir­o Alberto Fernández. O país que tem a grandeza do Brasil, um país que tem a extensão territoria­l que tem o Brasil, o país que é mais economicam­ente, industrial­mente, não tem o direito de ficar procurando inimigo”, afirmou Lula, que se disse “de braços abertos” para a “manutenção da relação de amizade que nós temos há tantos anos”.

Para Lula, o Brasil vivia de costas para América do Sul e de frente para Europa, o que precisa ser mudado. “Vamos reconstrui­r a relação produtiva de dois países que nasceram para crescer”, disse o presidente brasileiro. Segundo Lula, a boa relação entre os dois países nunca deveria ter sido truncada.

Ainda no contexto das relações exteriores, o presidente pediu o fim do embargo econômico dos Estados Unidos a Cuba, que já dura mais de 50 anos, e afirmou que os problemas internos do país devem ser resolvidos pelo povo cubano.

Lula comparou os embargos contra Cuba e Venezuela com a ocupação da Rússia na Ucrânia, dizendo que é a favor da soberania dos povos. “Sou contra ingerência­s externas nos processos venezuelan­os. É preciso resolver com diálogo e não com bloqueio”, afirmou. “Precisamos tratar Venezuela e Cuba com muito carinho”.

O presidente também falou de questões internas brasileira­s e elogiou o novo comandante do Exército, general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, nomeado sábado (20). “Eu escolhi um comandante do Exército que não foi possível dar certo (general Júlio Cesar de Arruda), e escolhi outro comandante. Tive uma boa conversa com o comandante (general Tomás Paiva) e ele pensa exatamente como tudo que tenho falado sobre a questão das Forças Armadas”, afirmou.

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RICARDO STUCKERT/PR Na primeira viagem internacio­nal do mandato, Lula se encontrou com o presidente aregintino Alberto Fernández

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