Correio da Bahia

Medicament­os terão dois aumentos de preço na Bahia

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MUDANÇA DE TRIBUTAÇÃO O preço dos medicament­os vai voltar a afetar a saúde financeira dos baianos este ano. E de uma forma ainda mais severa. Isso porque os remédios devem ter duas altas de preço neste ano aqui e em outros 14 estados que elevaram as alíquotas de ICMS ou os preços de referência para aplicação deste imposto. A A mudança na tributação local irá se somar ao reajuste anual de preços autorizado a partir de 1º de abril para todo o país.

Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, no final de 2022, 12 estados elevaram as alíquotas de ICMS sobre diversos produtos, como forma de compensar o corte no imposto sobre combustíve­is e energia elétrica. Os medicament­os estão entre esses itens que terão

À alta anual autorizada pelo governo em maio, se soma uma segunda, provocada pelo aumento da alíquota de ICMS

aumento de carga tributária neste ano.

O novo ICMS entra em vigor em março em sete estados: Bahia, Piauí, Paraná, Pará, Sergipe, Amazonas e Roraima. A mudança vale a partir de 1º de abril em outros cinco: Acre, Alagoas, Maranhão, Rio Grande do Norte e Tocantins. As alíquotas estão atualmente em 17% ou 18% nesses locais. As novas variam de 19% a 22%, segundo levantamen­to da empresa SimTax.

Dois estados fizeram alterações na base de cálculo que já estão em vigor: Minas Gerais e Espírito Santo. Em São Paulo, a nova base começa a valer em 1º de fevereiro.

O Sindusfarm­a (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuti­cos) enviou ofício a 12 secretaria­s de Fazenda para pedir a manutenção das alíquotas atuais de ICMS sobre medicament­os.

O presidente executivo do Sindusfarm­a, Nelson Mussolini, afirma que, nos 12 estados em que houve aumento de alíquota, a alteração nos preços máximos fixados pelo governo é automática. Em São Paulo, Minas e Espírito Santo, a mudança na base de cálculo não altera esse limite, mas é possível que algumas empresas reduzam, por exemplo, os descontos dados aos consumidor­es.

"É um tiro que a secretaria de Fazenda está dando no pé da secretaria de Saúde. A pessoa para de comprar medicament­o, vai pegar de graça do estado ou, pior, vai se internar porque deixou de controlar uma doença que precisa de tratamento diário", afirma. Ele diz que a carga tributária do Brasil sobre medicament­os deve subir de 31% para 33%, bem acima dos 6% da média mundial.

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