Correio da Bahia

MASSAGISTA VAI DECIDIR O BA-VI

- PAULO LEANDRO /paulo.leandro.7

O Ba-Vi de domingo será decidido pelo massagista. Isso mesmo! O time capaz de recuperar a relevância da massagem para melhorar o desempenho vencerá o clássico.

O massagista já foi tão importante para o ‘fútil-bol’ (bj, Eliane) a ponto de sair necessaria­mente no pôster dos times campeões. Na melhor seleção do mundo, eram dois, Nocaute Jack e Mário Américo!

Epa Babá, tem algo aqui para ser investigad­o pois sabemos ter perdido prestígio este profission­al das mãos mágicas, enquanto os empresário­s passaram a ocupar uma posição central na estrutura do desporto enquanto mercadoria.

Aposto com quem quiser: quem oferecer aos jogadoresa­smelhoresm­assagens,levaoBa-Vidomingo porque o time vencedor estará em condições de suportar o corre dos 90 minutos mais acréscimos.

Minha hipótese é a de termos errado ao reduzir a presença dos massagista­s nos cuidados com os times, pois o corpo do jogador hoje vive açoitado no pelourinho, em curtos períodos, correndo não importa para quê, nem como, mas correndo.

Meu amigo-irmão e grande editor de esporte, Roque Mendes, me contou como está a situação. Os clubes levam para o banco o fisioterap­euta. Tuca, nosso titular no Vitória, fica só no vestiário, nem subir, ele sobe para “ver” o jogo.

A tecnologia venceu. Bota de compressão pneumática, crioterapi­a e outros bichos tomaram o lugar do momento ‘riléx’, o bate-papo com o amigo a quem se confiava os ‘pobrema’, um bom divã, com a escuta do ser humano jogador.

Ficaram no século XX os exemplos de dedicação e amor aos times: Manoel Grosso, meu vizinho na Saúde, e Gaguinho eram decisivos para o Vitória, enquanto o Bahia teve Jones, Pedrinho, Alemão... cada figura, grandes baianos!

Além de bons amigos dos jogadores, eram dedicados macumbeiro­s, e também pombos-correio, levando e trazendo recados do treinador para o jogador, e de lá para cá, quando ainda não se tinha a área reservada e o técnico ficava no banco.

A força hoje é a condição para jogar bola, sai um, entra outro, não se vê melhora nem piora, trocando de lugar lutadores e artistas; combatente­s e joalheiros, mais vale um terceiro Reich e menos os ateliês de quem fazia dos pés, o pincel.

Fora a discussão intermináv­el sobre o duelo metodológi­co, ético, estético e fenomenoló­gico, se arte ou força, manda a prudência voltar a dar valor aos massagista­s - e às massagista­s, abrindo às contribuiç­ões milenares das sábias.

O corpo é o equipament­o do jogador, e o massagista precisa reocupar sua posição, pois suas mãos besuntadas de tudo quanto é óleo aliviam a carne, o músculo, a veia e até a alma, se existir alma, nos atletas de pentatlo.

Certamente com muita massagem e menos atletismo, um jogador não desabaria, após marcar o gol de seu time, e não haveria tanta inconstânc­ia na produção, subitament­e boiado no início de cada segundo tempo.

Talvez seja impossível resgatar o perfil de nosso bons anjos dos vestiários, mas fica a dica para os treinadore­s, dirigentes e os chefes empresário­s: se querem vencer, encher o bolso e fazer sucesso, invistam nos massagista­s.

Malhar demais tem feito o jogador esquecer da sua devoção: amar a bola acima de tudo. Queremos escravos para cortar cana ou talentos para cuidar bem da gorda? Veremos no Ba-Vi.

Malhar demais tem feito o jogador esquecer da sua devoção: amar a bola acima de tudo. Queremos escravos para cortar cana ou talentos para cuidar bem da gorda? Veremos no Ba-Vi

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