Yanomamis: PF abre investigação para apurar genocídio
INDÍGENAS A Polícia Federal (PF) abriu uma investigação sobre a crise humanitária na Terra Indígena Yanomami. O inquérito vai tramitar em sigilo na superintendência da corporação em Roraima. O objetivo é saber se a comunidade foi vítima de genocídio, omissão de socorro e crimes ambientais no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A ordem para instaurar o inquérito partiu do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) visitou as comunidades no sábado e classificou a situação como "desumana". A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que reitere a ordem para a retirada de garimpeiros do território. "A situação crítica na saúde dos indígenas, com casos graves de crianças e adultos em estado de desnutrição severa, contaminação de verminose e malária, está relacionada ao avanço do garimpo ilegal, incentivado pelo governo anterior", diz nota divulgada pela entidade.
O ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal, afirmou em uma rede social que a situação dos Yanomami é "inaceitável" e defendeu a apuração "urgente" das responsabilidades. "É uma tragédia muito grande para acreditarmos que foi improvisada", escreveu.
No domingo, após uma série de críticas, o ex-presidente Jair Bolsonaro se pronunciou. Usando sua conta do Telegram, disse que a esquerda está promovendo "mais uma farsa". E listou 20 ações que teriam sido feitas durante sua gestão entre 2020 e 2022 para atender a população Yanomami, com destaque para um plano de contingência aplicado durante a pandemia.