Incêndio no TCA prega susto na classe cultural
Chamas começaram em calha no telhado, informou a Secult; e foram contidas por brigada e bombeiros
Um incêndio no telhado do Teatro Castro Alves (TCA), ontem, assustou a classe cultural baiana, que têm no equipamento, um dos maiores teatros da América Latina, uma casa de afeto e fomento às artes. O fogo começou por volta das 13h, na calha do teto, acima da sala do Balé Teatro Castro Alves (BTCA) e se alastrou para o telhado do palco principal, afirmou o titular da Secretaria Estadual da Cultura (Secult), Bruno Monteiro. As chamas ficaram restritas ao telhado, sem atingir áreas internas, e não houve registro de feridos.
Monteiro descartou um curto-circuito, apontado mais cedo, como a possível causa do fogo. “Não tem nada elétrico no telhado, havia trabalho de reparo na calha, mas nada elétrico”, disse. Ele ressaltou que a identificação mais precisa do que pode ter causado o incêndio só será possível após a perícia e avaliação do Departamento de Polícia Técnica (DPT).
Segundo a Defesa Civil de Salvador (Codesal) as chamas começaram onde há a execução de serviço e presença de materiais inflamáveis, a exemplo de fibras e resinas, que entraram em ignição. A Codesal disse, ainda, que splits funcionaram bem na parte inferior do prédio, resfriando a área, e contento o alastraacompanharam, mento do incêndio.
O comandante de operações da capital e Região Metropolitana de Salvador do Corpo de Bombeiros, Coronel Aloísio Fernandes, confirmou que havia material inflamável no teto, contudo, a equipe identificou e controlou a situação em cerca de quatro horas após o início do incidente. Ele informou, ainda, que a ação contou com sete viaturas de combate a incêndios, duas unidades de resgate, uma plataforma aérea e 42 bombeiros. A Polícia Militar também esteve no local para prestar auxílio.
Todo o prédio será fechado para passar pela perícia. Os espetáculos previstos para esse final de semana foram cancelados (leia ao lado). "A prioridade foi garantir integridade [do edifício] e que não houvesse nenhum tipo de vítima”, completou o titular da Secult estadual.
COMOÇÃO
Moradores do entorno do teatro e funcionários do TCA emocionados, o combate ao incêndio no teatro. Layno Pedra, 38, produtor cultural, contou que mora perto da casa de espetáculos e voltava do almoço quando viu a fumaça e se deparou com os bombeiros, policiais e dezenas de pessoas ao redor do prédio.
“TCA é o principal espaço cultural do estado, a gente fala de espaço, tanto como espaço de espetáculo, quanto também espaço de formação, como o balé do TCA. Os shows da Concha [Acústica] sempre me marcaram, o último que fui foi o de Milton Nascimento e teve também o espetáculo de balé do TCA, em homenagem aos 80 anos de Gilberto Gil”, disse.
O diretor e presidente da Fundação Gregório de Matos, órgão da prefeitura de Salvador, Fernando Guerreiro, também esteve no local onde, segundo recorda, estreou diversos espetáculos ao longo da carreira. “O TCA é um equipamento muito importante para Salvador, faz parte da minha história. Me mobilizei como artista, porque estreei vários espetáculos aqui, e também como gestor. Eu, como gestor da prefeitura, me coloquei à disposição, junto com o secretário [de Cultura e Turismo da capital] Pedro Tourinho, para o que for preciso”, afirmou.
O governador Jerônimo Rodrigues (PT) determinou trabalho conjunto de diferentes órgãos estaduais para a recuperação do TCA. "O TCA é um patrimônio cultural do nosso estado e determinei que o Corpo de Bombeiros, secretarias de Cultura, Turismo e Casa Civil do Estado, junto com a direção do equipamento, trabalhem de forma conjunta", enfatizou.