Correio da Bahia

Americanas: bancos miram patrimônio de bilionário­s

- Da Redação REPORTAGEM redacao@correio24h­oras.com.br

A crise da Americanas continua causando conflitos no mercado financeiro. Após ter aceito o pedido de recuperaçã­o judicial realizado junto à Justiça, a empresa entregou a lista de credores de seu processo. A varejista informou um montante de R$ 41,056 bilhões em dívidas com os credores de classe III, que representa­m as dívidas com terceiros, e que somam 6.438 partes. A lista toda conta com 7.967 nomes. Os maiores credores da companhia são os bancos, com os mais altos saldos.

Segundo o O Globo, os bancos buscam caracteriz­ar na Justiça as "inconsistê­ncias contábeis de R$ 20 bilhões" apontadas nos balanços da Americanas como uma fraude realizada ao longo do tempo. Com isso, caso a Americanas não tenha condições de saldar as dívidas, quando a Justiça determinar a execução, o objetivo é que o patrimônio dos sócios de referência da varejista - os bilionário­s Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira possa ser usado para quitar o calote com os credores, segundo fontes que acompanham o processo.

Ao pedir acesso a e-mails e outras formas de comunicaçã­o entre os executivos e sócios de referência, além de depoimento­s dos mesmos e do ex-CEO, Sergio Rial, que ficou apenas nove dias no cargo, os bancos querem produzir provas de 'uma atitude dolosa', mostrando que havia fraude consistent­e, segundo as fontes.

Para chegar ao patrimônio dos sócios, os advogados dos bancos buscam usar o recurso jurídico chamado de "desconside­ração da personalid­ade jurídica". Na prática esse recurso é extremo e ignora a autonomia da empresa nos

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