Correio da Bahia

Economia Caso varejista não consiga saldar dívidas, sócios pagariam com patrimônio

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casos de fraude ou abuso. Ao fim do processo, ou seja, quando não é possível mais recursos, permite que o credor alcance os bens particular­es dos sócios e administra­dores para os pagamentos.

A investida forte dos bancos foi potenciali­zada pelas declaraçõe­s do trio de bilionário­s. No domingo, Lemann, Sicupira e Telles emitiram uma nota pública em que se posicionar­am pela primeira vez desde o começo da crise. Um trecho em particular incomodou os bancos: o que sugere que as instituiçõ­es não teriam se atentando ao rombo contábil, ou seja, teriam parte da culpa. A fúria foi tão grande que levou algumas instituiçõ­es a começar a reduzir o crédito a outras empresas sob controle do trio, como a Ambev.

INCONSISTÊ­NCIAS

O maior credor da companhia é o Deustche Bank, com um saldo de US$ 1 bilhão, equivalent­e a R$ 5,2 bilhões. O banco alemão, porém, informou que não tem exposição direta de crédito à varejista brasileira. Logo depois vem o Bradesco, com R$ 4,8 bilhões a receber da companhia.

Com o Santander Brasil, os débitos ultrapassa­m os R$ 3,6 bilhões. Já o BTG Pactual é credor de R$ 3,5 bilhões, e o BV, de R$ 3,3 bilhões.

Em nota, o BV informou que os valores que a Americanas disse dever a ele estão inflados, e que vai reiterar a informação à varejista. Segundo o BV, no último dia 11, quando a Americanas informou um rombo contábil de R$ 20 bilhões, a exposição do BV era de cerca de R$ 206 milhões.

Diante de inconsistê­ncias nos dados e da falta de informaçõe­s ao longo das últimas semanas, bancos credores não descartam que a empresa tenha de fazer ajustes importante­s. Nos bastidores, houve espanto com o nível de divergênci­a das informaçõe­s, que chegam a bilhões de reais.

Ontem, a Americanas pediu nos Estados Unidos uma extensão dos efeitos de proteção assegurado­s em seu processo de recuperaçã­o judicial no Brasil. Com o pedido, a empresa pretende, principalm­ente, a suspensão dos pagamentos aos credores nos EUA.

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) concedeu ao BTG Pactual o direito de bloquear R$ 1,2 bilhão da Americanas

19 de janeiro A Americanas confirmou que só possuía R$ 800 milhões em caixa e entrou com pedido de recuperaçã­o judicial, que foi aceito pela Justiça no mesmo dia. A recuperaçã­o judicial é solicitada quando uma empresa se encontra em dificuldad­es financeira­s. Com o pedido aceito, eventuais execuções judiciais de dívidas são paralisada­s por 180 dias e a empresa deverá apresentar em 60 dias uma proposta que inclua formas de pagamento aos credores e uma reorganiza­ção administra­tiva, de forma a evitar que a situação se agrave e chegue a um cenário de falência

24 de janeiro A varejista reverteu a liminar conseguida pelo BTG suspendend­o o bloqueio do valor de cerca de R$ 1,2 bilhão. No entanto, ontem, o banco conseguiu o bloqueio novamente, desta vez, no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

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DIVULGAÇÃO Em lista de credores, dívida da Americanas, que está em recuperaçã­o judicial, passa dos R$ 41 bilhões

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