Bahia tem minério, mas não tem o trem para transportar
Logística Presidente da CBPM aponta ferrovias como gargalo no desenvolvimento
A mineração baiana registrou um crescimento de 7% no ano de 2022. Embora o resultado não tenha sido na casa dos dois dígitos, como em períodos anteriores, foi bem melhor que a retratação de 26% registrada na média nacional da atividade. Para o presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), o resultado demonstra a pujança da atividade no estado. Mas o executivo da empresa pública estadual, faz um alerta: para aproveitar todo o potencial de desenvolvimento da mineração, é preciso investir na logística de transporte.
O presidente da CBPM destacou a importância da atividade mineral na vida moderna. “Areia é minério, água é minério. A mineração está presente na vida das pessoas e é fundamental para uma série de coisas”, destacou. “O seu óculos, o celular, tudo tem minério. O prédio em que você mora foi construído com minerais, é o ferro quem sustenta a estrutura em pé”, exemplificou.
“A Bahia é o estado brasileiro mais bem estudado do país. Além disso, temos a atividade mineral em mais da metade dos 417 municípios baianos”, lembrou, durante a participação no programa Política & Economia, apresentado pelo jornalista Donaldson Gomes. Ele lembrou a importância da Bahia na produção de talco, vanádio, cobre, níquel, ouro e pedras preciosas. “A diversidade permite que a Bahia tenha uma posição de destaque”.
Ele explicou disse a CBPM fez 14 licitações de novas áreas para mineração, o que indica a perspectiva de que a atividade siga em franca expansão na Bahia. “Cada empresa que ganha uma licitação como esta agora representa uma nova operação mineral em potencial daqui a cinco, seis ou sete anos. Isso indica que nossa posição vai se consolidando cada vez mais”, acredita.
“Nós conseguimos crescer, enquanto o Brasil teve uma retração. Por que isso? Minas e o Pará têm uma dependência em relação ao minério de ferro, que teve queda. O ferro vai ter um papel muito importante para o nosso desenvolvimento, mas hoje nós temos uma diversidade enorme de produtos que não nos deixa dependente de um único”, explica.
O presidente da CBPM explicou que projetos de infraestrutura como a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), que ligará o centro do Brasil ao litoral baiano, no Porto Sul, em Ilhéus, são viabilizados graças ao minério de ferro. “A Fiol e o Porto Sul são viáveis por conta da mineração, são produtos da mineração, mas trarão benefícios que vão além da mineração. Será fundamental para o agro”, analisa. “A mineração gera empregos, progresso e sustentabilidade”.
Tramm contou que a empresa está concluindo uma grande pesquisa para a implantação de uma nova província mineral no estado – ou seja uma área geográfica em que se encontra uma produção de diversos produtos. “Essa província tem uma característica magnífica, que é o fato de estar numa área de sertão que precisa muito de desenvolvimento. Engloba Sento Sé, Pilão Arcado, Campo Alegre de Lourdes”, conta. A área tem uma extensão entre 60 e 100 quilômetros, diz.
“Temos a possibilidade de desenvolver uma região enorme e para chegar a isso precisamos apenas da infraestrutura
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bilhões de reais é o valor da produção mineral baiana em 2022