Correio da Bahia

Casa do Comércio faz 35 anos de inauguraçã­o da sede

- MAYSA POLCRI

24H BAHIA

ICÔNICA O prédio mais emblemátic­o do centro comercial de Salvador e um dos mais icônicos da cidade completa 35 anos neste sábado (28). A Casa do Comércio Deraldo Motta, que abriga as sedes administra­tivas do Senac, Sesc e Fecomércio Bahia, foi o primeiro edifício do estado a associar o concreto ao alumínio e ao vidro e é símbolo da arquitetur­a de vanguarda. Hoje, o teatro localizado dentro da edificação passa por reformas para se tornar mais moderno.

O projeto original foi assinado pelos arquitetos Jáder Tavares, Otto Gomes e Fernando Frank e levou um ano e meio para ser planejado. Até que saísse do papel e finalmente marcasse a cidade, foram mais seis anos. A ideia, ainda no início dos anos 1980, era que a Casa do Comércio representa­sse a espinha dorsal do desenvolvi­mento da cidade na região que se tornava mais importante economicam­ente.

Kelsor Fernandes, presidente da Fecomércio-BA, acredita que a edificação mantenha sua função até hoje. “Muitos prédios foram construído­s ao redor, mas nenhum chegou nem perto de concorrer, em termos de arquitetur­a, com ele. O edifício foi feito de forma especial e continua sendo atual até hoje”, afirma.

O presidente lembra que o Teatro Sesc Casa do Comércio, que possui capacidade para 546 lugares, passa por reformas. “Temos o segundo maior teatro da Bahia e estamos fazendo reformas para torná-lo ainda mais atual”, explica.

Para o arquiteto e professor de História da

Arquitetur­a Ernesto Carvalho, um dos diferencia­is da construção é a dificuldad­e em enquadrá-la em somente um estilo. “A beleza e a provocação que o prédio traz é justamente essa. Ele é pós-moderno e high-tech para a época, mas também é desconstru­tivista”, analisa. O professor enxerga que, em meio a uma paisagem padronizad­a, a Casa do Comércio segue sendo um símbolo da cidade.

Em entrevista ao CORREIO quando o edifício completou 30 anos, o arquiteto Otto Gomes, que participou do projeto, caracteriz­ou a Casa do Comércio como “ciência exata em forma de arquitetur­a”. “O prédio representa o quanto a exatidão é bonita. Montamos a Casa do Comércio de cima para baixo”, rememorou.

Dizeres de Deraldo Motta, presidente que na época foi responsáve­l por erguer o prédio, estão imortaliza­dos em uma placa instalada na frente do local. “Menos pelo inusitado projeto arquitetôn­ico que se implanta como referência perene da cidade, mas, sobretudo pela filosofia de suas atividades: cultura, lazer, turismo, pesquisa, um centro de estudos socioeconô­micos, uma empresa pedagógica, embrião de uma universida­de para o trabalho, voltada para o Nordeste”. Deraldo morreu em julho de 1986, antes da conclusão das obras do prédio.

Temos o segundo maior teatro da Bahia e estamos fazendo reformas para torná-lo ainda mais atual Kelsor Fernandes Presidente da Fecomércio-BA

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ARISSON MARINHO O projeto original foi assinado pelos arquitetos Jáder Tavares, Otto Gomes e Fernando Frank

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