Chamado do samba
Documentário Andanças mostra os caminhos e encontros que transformaram Beth Carvalho em grande estrela do gênero
Os registros da vida e da carreira de uma das maiores vozes da história do samba brasileiro estão chegando aos cinemas, no documentário Andança - Os Encontros e as Memórias de Beth Carvalho, que tem pré-estreia nesta quarta-feira, na Sala Walter da Silveira, para convidados. A partir de amanhã, entra em cartaz, com entrada gratuita, como acontece em toda a programação do espaço.
A direção do filme é de Pedro Bronz, que tem longa relação com a música: são deles os docs A Farra do Circo (2014), sobre o Circo Voador espaço carioca que nasceu nos anos 80 e foi decisivo para a consagração do rock brasileiro -, e Herbert de Perto (2009), sobre Herbert Vianna e os Paralamas do Sucesso. Além disso, Bronz trabalhou na edição de Simonal (2018).
O novo filme do diretor segue a fórmula de A Farra do Circo e usa apenas material de arquivo, sem novas entrevistas. Desta vez, o diretor teve uma contribuição especial, do acervo pessoal de Beth Carvalho. A sambista, numa época em que realizar filmagens caseiras não era simples como hoje, tinha mania de registrar tudo, usando até aquelas pesadas câmeras de VHS para documentar momentos especiais como o nascimento da filha Luana e os encontros com sambistas fundamentais para sua carreira. “Moro num arquivo”, diz Beth no filme.
SENTIDO A BETH
Bronz explica por que preferiu usar imagens de arquivo em vez de fazer novos registros: “Não temos a intenção de informar quantos discos ela gravou ou quantas músicas cantou. Queremos que o público ‘experimente’, ‘sinta’ a Beth”. A mãe do cineasta era amiga de infância da cantora e isso facilitou seu acesso ao acervo desde que começou o projeto em 2017 e contou a ideia à cantora.
O diretor passou dois anos nos processos de pesquisa do acervo e no restauro e digitalização das imagens. “À medida que íamos descobrindo o que tinha ali, íamos pensando como seria o filme e nos perguntávamos como fazer isso chegar de maneira mais emocionante ao público. E a gente sempre achou que tinha que ter o olhar dela”, explica Bronz.
E os registros são mesmo valiosos, especialmente para quem quer conhecer os bastidores do samba. O filme tem o mérito de não dar espaço somente a Beth, mas a parceiros que foram essenciais para a carreira dela e de seu repertório. Vemos gente conhecida, como Zeca Pagodinho, Arlindo Cruz, Jorge Aragão... mas vai ver também pessoas menos populares, porém importantes para o samba, como os compositores Monarco e Luiz Carlos da Vila - um dos autores de Coisinha do Pai - e o instrumentista Dino Sete Cordas.
CLÁSSICOS DE CARTOLA
Mas um dos registros mais preciosos do filme é um encontro, somente em áudio, de Beth com Cartola. A gravação mostra a sambista ouvindo, pela primeira vez, do próprio compositor, nada menos que dois dos maiores clássicos brasileiros: O Mundo é Um Moinho e As Rosas Não Falam.
“E aquela do moinho, como é que é?”, pergunta Beth, despretensiosamente. Cartola, com muita sinceridade, fala para ela: “Aquela acho que é muito difícil pra você”. Ela segue o conselho do mestre, lan
Andança está em toda roda de samba, como acontece com Garota de Ipanema. Embora seja uma música do início da carreira, acompanha todo o projeto de vida dela Pedro Bronz Diretor
ça As Rosas Não Falam em 1976 e faz dela um clássico absoluto. A canção se tornou ainda mais popular quando entrou na trilha da novela Duas Vidas, da Globo. Mas Beth não desistiu de gravar O Mundo é um Moinho e deu sua voz à canção no ano seguinte.
E não há como deixar de falar de outro clássico do samba, Andança, aquela do popularíssimo verso “por onde for, quero ser seu par”, de Edmundo Souto, Paulinho Tapajós e Danilo Caymmi, lançada em 1969 por Beth e que deu a ela o terceiro lugar no Festival Internacional da Canção.
Não foi à toa que a música foi escolhida para dar nome ao filme, como observa o diretor: “Andança está em toda roda de samba, como acontece com Garota de Ipanema. Embora seja uma música do início da carreira, acompanha todo o projeto de vida dela. E o subtítulo do filme [Os Encontros e as Memórias de Beth Carvalho] complementa, porque a vida dela era feita de encontros. Os compositores não mandavam fitinhas pra ela. Ela que caminhava e ia atrás das pessoas no Rio, São Paulo ou Bahia. Tava sempre andando”. Por aqui, pescou a pérola O Ouro e a Madeira, de Ederaldo Gentil.
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