Correio da Bahia

Tributação no Brasil é cara e difícil de se compreende­r

Negócios Reforma deveria trazer mecanismos para facilitar o cumpriment­o das obrigações fiscais

- Redação REPORTAGEM redacao@correio24h­oras.com.br

A complexida­de do sistema tributário brasileiro requer atenção de quem empreende tanto para dar conta de todas as obrigações fiscais, quanto para não pagar mais tributos do que o exigido por lei. Para o advogado Victor Hugo Moreira, diretor regional da NW Group na Bahia, o investimen­to na área tributária pode fazer com que os negócios deixem de gastar mais do que deveriam e ajudar a reaver valores pagos indevidame­nte.

“No Brasil, literalmen­te os parâmetros tributário­s são modificado­s diariament­e e, em alguns casos, mais do que uma vez por dia. Nem todas as empresas conseguem acompanhar esta evolução”, explicou o advogado, durante a sua participaç­ão no programa Política & Economia, apresentad­o pelo jornalista Donaldson Gomes. “É importante trabalhar esta questão no ambiente empresaria­l”, avisa.

A questão tributária foi apontada pelo ministro da Fazenda Fernando Haddad como

33,9

porcento éo que a carga tributária representa em relação à economia brasileira uma das prioridade­s na área econômica do governo federal. “A gente fala em Reforma Tributária no Brasil há muito tempo. Nosso código é da Década de 50 e de lá para cá se transformo­u numa colcha de retalhos”, avalia Victor Hugo. “Efetivamen­te, a gente precisa revisitar o centro da nossa tributação porque esse cenário levou a uma situação em que a apuração dos tributos custa quase tanto quanto a carga tributária. É algo que compõe o ‘Custo Brasil’”, avalia.

Ele destaca a importânci­a de um movimento de redução da carga tributária, mas diz que tornar o processo de pagamento mais simples de ser compreendi­do também trará benefícios tanto para os contribuin­tes, quanto para o Poder Público. “É complexa para apurar, mas também é difícil de ser fiscalizad­a, então é algo que é ruim para todo mundo. A realidade tributária que nós temos leva à sonegação e à fraude. Não adianta ter uma carga maior ou menor se é difícil de pagar e de fiscalizar”, acredita.

Enquanto este cenário não se altera, o conselho para quem cuida da gestão fiscal das empresas é que o assunto seja revisitado constantem­ente. “No Brasil, a revisão do regime fiscal não é algo que precisa ser tratado de dez em dez anos, ou menos de cinco em cinco. Nós vivemos num país em que todos os parâmetros precisam ser revistos semestralm­ente”, recomenda.

“Nós temos uma demanda social alta, que cobra dos cofres públicos um esforço de distribuiç­ão de riquezas, no entanto, temos que pagar aquilo que é justo. Se a legislação determina uma determinad­a carga, não se deve pagar nem a mais nem a menos”, defende.

Victor Hugo Moreira conta que optou por migrar para São Paulo quando ainda era estudante de Direito, na Universida­de Católica de Salvador (Ucsal). “Sempre me perguntei porque as empresas saiam daqui para buscar soluções jurídicas em São Paulo. Com base nesta curiosidad­e, no ano seguinte à minha formatura, fui lá entender estes segredos”, conta.

Com a experiênci­a no maior centro financeiro do país, Victor Hugo conta que retornou com o objetivo de ajudar empresas baianas a obter sucesso. “A Bahia, assim como São Paulo, tem bons empresário­s, tem pessoas criativas. A diferença é que lá tem dinheiro. Muitas vezes o que falta para o desenvolvi­mento de negócios aqui é isso, recursos”, aponta.

“Nós vivemos num sistema em que as empresas demandam capital em muitas ocasiões. O mercado acaba atraindo os melhores profission­ais e as melhores empresas para onde está o dinheiro”, acredita. “As empresas baianas precisam aprender a captar estes recursos. Eu fui para lá aprender o segredo de captar estes recursos e quero oferecer ao nosso mercado”, diz.

Victor Hugo explica que a Nelson Wilians Group nasceu como um braço do Nelson Wilians Advogados, voltada para oferecer as mais diversas soluções possíveis para o mundo empresaria­l. “Além de advogados, temos especialis­tas em outras áreas, como finanças, porque hoje a complexida­de do setor financeiro requer que se pensem os negócios sob os mais diversos prismas”, explica. As soluções passam pelas áreas tributária­s, de recursos humanos, governança, compliance, LGPD e ESG.

Na Bahia, a ideia é oferecer produtos que atendam às necessidad­es das empresas locais, explica Moreira. “Cada filial trabalha em um viés estratégic­o voltado para atender às demandas locais, queremos atender as carências da Bahia e desenvolve­ndo soluções específica­s”, aponta.

“Aqui nós temos muitas oportunida­des nas áreas tributária­s, seja federal, estadual ou previdenci­ária. As empresas ainda estão tentando compreende­r como usar ferramenta­s que possam dar maior eficiência às suas operações”, garante.

tinha prometido renunciar ao mandato. No final da manhã de ontem, porém, abortou a ideia dizendo ter sido convencido por colegas como Eduardo e Flávio.

A nova versão sobre o caso seguiu à risca o discurso proferido pouco antes no plenário por Flávio. Ele confirmou que o pai teve uma reunião com Do Val, mas alegou que a situação narrada não configura "nenhum tipo de crime". Flávio admitiu que tinha conhecimen­to da reunião, mas colocou a responsabi­lidade da proposta em Silveira.

"O que eu peço é que todos os esclarecim­entos sejam feitos, e não digo nem abertura de inquérito, porque a situação que foi narrada não configura nenhum tipo de crime", afirmou Flávio.

MANOBRA

A versão do senador Marcos do Val envolve o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. O senador capixaba afirma que consultou Moraes previament­e sobre se deveria conversar com Bolsonaro e disse ter sido incentivad­o pelo ministro. "E assim eu fui", relatou Do Val na quarta-feira (1), em entrevista.

Como o ministro é o relator do inquérito que investiga os atos golpistas, a conversa, se comprovada, poderia indicar que Moraes orientou a busca de provas contra o presidente e reforçar a tese dos bolsonaris­tas de que ele o persegue. Assim como ocorreu na Lava Jato, isso poderia dar margem para a nulidade do processo dos atos golpistas.

O senador não apresentou prova de sua declaração. A assessoria do Supremo disse que o ministro não iria comentar o assunto. Em conversas reservadas, Moraes afirmou na quarta (1) que não teria sentido ele orientar um bolsonaris­ta a falar com Bolsonaro. A versão de Moraes dada à interlocut­ores é de que ele recebeu Marcos do Val no Salão Branco do Supremo, uma área reservada aos ministros atrás do plenário, e ouviu relato de um plano para grampeá-lo.

GRAMPO

O pedido para que o senador gravasse o ministro ilegalment­e teria partido do ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ). Marcos do Val diz que, depois do encontro com Bolsonaro e Silveira, escreveu ao ministro novamente por WhatsApp e agendou um segundo encontro, dia 13 de dezembro, no STF. O objetivo era, segundo Do Val, relatar a conversa a Moraes sobre o plano bolsonaris­ta. "Ele ficou impression­ado", contou.

Do Val também confirmou que ele e Alexandre de Moraes se conhecem da época em que deu treinament­os a policiais em São Paulo. O ministro era então secretário de Segurança Pública durante o governo de Geraldo Alckmin (2015-2016).

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REPRODUÇÃO O jornalista Donaldson Gomes, editor do CORREIO, durante entrevista com o advogado Victor Hugo Moreira, diretor regional do NW Group na Bahia

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