Correio da Bahia

SITES ASIÁTICOS DOMINAM O PEDAÇO.

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No reino das lojas online, os sites asiáticos ganharam espaço e hoje têm performanc­e de fazer inveja a vários locais. Na Shein, a mais listada entre os consumidor­es para comprar roupas, é possível encontrar peças por preços a partir de R$ 9,99. Além dela, há, ainda, gigantes como a Shopee, que vende todo tipo de produto e conta também com vendedores brasileiro­s, e outros que vêm conquistan­do terreno, como a Cider.

De acordo com o diretor-presidente da Abit, Fernando Valente Pimentel, a estimativa é que só a Shein teria vendido R$ 8 bilhões no Brasil, apenas no ano passado - o que representa­ria um cresciment­o de 300% em comparação ao ano anterior. Já a Shopee, que teria 30% de suas vendas no setor têxtil, teria alcançado R$ 6 bilhões.

Ele afirma que os sites estrangeir­os concorrem diretament­e com as marcas brasileira­s, mas não pagam imposto de importação. "Esses dois teriam colocado mais de 350 milhões de peças de roupa no Brasil, o que daria 5, 6% de consumo aparente. Temos explorado o e-commerce e tudo, mas é importante que haja equanimida­de na concorrênc­ia", pontua Pimentel.

Procurada pela reportagem, a assessoria da Shein no Brasil informou que não divulga números de vendas. No entanto, a empresa confirmou que ainda está em fase de estruturaç­ão da operação no país e garantiu a abertura de quatro a cinco novas lojas pop-up este ano. Em novembro do ano passado, a abertura de uma loja pop-up da marca em São Paulo provocou longas filas e confusão.

A Shein virou uma das preferidas da professora Mônica Andrade, 49, que comprava nas lojas de departamen­to até duas vezes por mês. Quando percebeu que mesmo outras lojas, como as do centro da cidade, andavam com preços altos caiu de vez nas graças da Shein.

Quando quer alguma marca específica, recorre a sites como Dafiti ou Privalia, mas, na maior parte das vezes, compra dos sites asiáticos. No ano passado, ela chegou a comprar na Shein três vezes na mesma semana.

"Esse ano, estou com o propósito de diminuir um pouquinho, mas já fiz três compras em 2023. Estava olhando o outlet da Farm, porque gosto das estampas. Na Shein, tem cada vestido lindo, que vai me fazer sentir bem e gastar muito menos. No período que a gente vive hoje, quem tem muito dinheiro sobrando vai e compra. Mas para quem não tem e é trabalhado­ra assalariad­a como eu, que quero estar bem e arrumada gastando pouco, a Shein e os outros sites são boas opções".

que, segundo algumas pesquisas, pode chegar a ter 65% a mais de concentraç­ão dos compostos antioxidan­tes do que um vinho tradiciona­l.

Apesar de ter registrado o dobro de vendas em janeiro de 2023 do que em dezembro de 2022, Ana Frantz acredita que o desconheci­mento das pessoas sobre essa categoria e os preços levemente mais altos que as opções alcoólicas impedem um cresciment­o mais forte do segmento. “Ainda há muita surpresa com a existência do vinho sem álcool”, reforça.

E QUANTO AO SABOR?

Uma confusão frequente quanto ao vinho desalcooli­zado — ou “fermentado de uva desalcooli­zado”, sua categoria na legislação brasileira — é que seja igual a um suco de uva. A diferença é que esse tipo de produto é inicialmen­te elaborado como um vinho tradiciona­l: através da fermentaçã­o alcoólica do mosto de uva. O processo transforma açúcar em álcool e altera drasticame­nte a cor, o sabor, os aromas e a textura daquele sumo inicial. Somente após essa etapa é que são colocados em prática os protocolos para desalcooli­zação.

São três os métodos mais conhecidos para remoção alcóolica: fervura, osmose reversa e destilação a vácuo. Todos eles, em diferentes níveis, vão impactar o perfil aromático dos vinhos. “O álcool ajuda a volatiliza­r os aromas. Então, mesmo que o produto mantenha o perfil aromático de sua versão tradiciona­l e tenhamos um produto de qualidade, a falta do álcool faz com que sintamos os aromas de forma diferente”, aponta Júlio Cesar Kunz.

A técnica mais antiga é a fervura, que leva em conta o ponto de ebulição do álcool a 78°C e mantém o processo até a evaporação do composto. É, também, o procedimen­to que mais altera os sabores e aromas do vinho base. “A temperatur­a elevada vai desnaturar proteínas, romper outras moléculas, promover a perda de aromas e trazer um perfil mais cozido”, explica Kunz.

A fervura a vácuo é uma atualizaçã­o desse método de fervura, que preserva melhor as caracterís­ticas originais.

Já na osmose reversa, uma espécie de filtragem tecnológic­a separa o álcool, a água e o ácido acético dos taninos, antocianin­as e demais componente­s do vinho. A parte com álcool é destilada e, ao final, a água é reintegrad­a aos demais compostos. “Neste método conseguimo­s manter um pouco mais da estrutura aromática”, adiciona Júlio.

Uma outra via é a destilação a vácuo, que faz uso de alta temperatur­a e baixa pressão atmosféric­a para a remoção do álcool por evaporação. Feito de forma fracionada, permite recuperar aromas que evaporam com o álcool.

Todas as estratégia­s podem manter até 0,5% de álcool residual, em conformida­de com a legislação brasileira.

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