Vinhos sem álcool ganham adeptos em Salvador
Todo início de ano alguns dos principais players do mercado enológico, como Prowein e Wine Intelligence, anunciam as tendências para os próximos doze e até 72 meses. Em 2023, uma das apostas que mais se repetiu foi o aumento no consumo de vinhos desalcoolizados ou com baixo teor alcoólico.
De acordo com a IWSR Drinks Market Analysis, uma das maiores empresas de pesquisa de mercado no segmento de bebidas alcoólicas do mundo, as vendas desse estilo de produto ultrapassaram US$ 11 bilhões em 2022, em comparação com US$ 8 bilhões em 2018. A instituição prevê que o consumo da categoria aumentará em um terço até 2026.
Enquanto no mundo a tendência já impacta o mercado, no Brasil a revolução está só começando. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Enologia, Ricardo Morari, os profissionais do setor vêm percebendo um “incremento importante” na venda de produtos não-alcoólicos.
A Garibaldi, vinícola da qual Ricardo Morari é enólogo, chegou a lançar recentemente uma bebida à base de uvas brancas gaseificada artificialmente e vendida em garrafa de espumante.
“A aceitação tem sido surpreendente”, revela. Produtos similares são vendidos pela Aurora e pela Monte Paschoal; e alguns já são encontrados facilmente em supermercados. Estes, especificamente, não são categorizados na legislação brasileira como vinhos, mas sim como refrigerantes (de embalagem mais sofisticada).
Também existem empresas que fazem a desalcoolização — retirada quase completa do álcool de um vinho tradicional. É o caso da La Dorni, primeira vinícola a atuar neste segmento no país, e o projeto Vinoh. Porém as iniciativas ainda cabem na palma da mão. “O investimento é muito alto para este nicho de mercado, ainda é difícil agregar valor a esse tipo de produto”, diz Morari.
Ricardo Morari vê potencial, no entanto, na produção de vinhos com baixo teor alcoólico. “A Serra Gaúcha, devido ao seu terroir, tem total capacidade para elaborar esse estilo com qualidade”, aposta.
MILLENNIALS
Para o presidente da Associação Brasileira de Sommeliers - RS, Júlio César Kunz, o que motiva essa demanda por menos álcool é uma mudança geracional. “Os millennials, a Geração Y, têm uma preocupação maior com a saúde;
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