Correio da Bahia

Festival da Paz garante pré-Carnaval no Pelô

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de Gandhy mais ilustres, marcou presença e lembrou que esta é a quarta vez que participa do ensaio. Ele recordou que a ligação mais próxima com o afoxé aconteceu depois de retornar do exílio em Londres, no início dos anos 1970, quando o bloco passava por dificuldad­e para desfilar.

“Os últimos anos já vêm com presença mais estável do Gandhy no Carnaval da Bahia. Sempre me convidam e sempre que posso atendo ao pedido da diretoria e dos participan­tes com muito prazer”, declarou Gil.

Em 2023, o Gandhy promete três dias emocionant­es de desfile. O presidente do afoxé, Gilsoney de Oliveira, garante que haverá convidados especiais, mas diz que serão surpresa. O tema do bloco neste ano é Caboclos de Penas e Encourados. Segundo Oliveira, o bloco vai retratar as matas e a condição dos indígenas desde a colonizaçã­o do Brasil, levantando a bandeira da paz contra a violência com os povos originário­s. “O festival faz um encontro de religiões. Fazemos questão desse encontro em relação à tolerância religiosa”, destacou.

A pedagoga Selma Batista, 40, disse que começou a festejar no Dia de Iemanjá, na última quinta-feira (2), e agora só para na Quarta-feira de Cinzas (22), quando o Carnaval termina. Animada, ela participa do bloco das Filhas de Gandhy há quatro Carnavais, enquanto o marido está com os Filhos de Gandhy desde 2010. “Aqui, vemos a valorizaçã­o da raiz cultural de Salvador. A própria seleção dos artistas tem esse fundamento de valorizar a raiz. Salvador já tem a energia indescrití­vel e em fevereiro fica mais latente”, observou.

O afoxé teve origem dentro dos limites de um terreiro de candomblé e carrega até hoje traços da religião de matriz africana. Fundado por estivadore­s portuários de Salvador em 18 de fevereiro de 1949, tornou-se o maior Afoxé do Carnaval da Bahia. Inspirado no líder indiano Mahatma Gandhi, o bloco mantém a tradição da religião africana ritmada pelo agogô nos seus cânticos de ijexá na língua iorubá. Constituíd­o tradiciona­lmente por homens, o bloco conta com aproximada­mente seis mil integrante­s.

ESTHER MORAIS (COM ORIENTAÇÃO DA CHEFE DE REPORTAGEM PERLA RIBEIRO)

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FOTOS ARISSON MARINHO Gilberto Gil participa do Filhos de Gandhy desde os anos 1970, quando voltou do exílio

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