Correio da Bahia

Lula critica juros e presidente do BC diz que ataque não ajuda

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QUEDA DE BRAÇO Ontem, Lula voltou a fazer duras críticas ao Banco Central. Na posse do novo presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, ele afirmou que o Brasil tem uma "cultura" de juros altos que "não combina com a necessidad­e de cresciment­o" do país. Também atacou o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central que, na semana passada, decidiu manter a taxa de juros em 13,75% - patamar em vigor desde o início de agosto de 2022.

"É só ver a carta do Copom para a gente saber que é uma vergonha esse aumento de juros e a explicação que eles deram para a sociedade brasileira", disse o petista.

A resposta veio rápida. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sinalizou para pelo menos um integrante do primeiro escalão do governo que as declaraçõe­s do presidente Lula não ajudam nas definições da política monetária.

Ao blog do jornalista Gerson Camarotti, da GloboNews, esse ministro disse ter entendido que Campos Neto, ao falar com ele, mandou um recado de que é preciso que o governo tenha moderação, para evitar ruídos de comunicaçã­o que prejudique­m a definição sobre a taxa de juros.

Na viagem para Argentina, Lula já havia sido alertado por auxiliares de que deveria parar com a artilharia contra o Banco Central e que isso prejudicav­a o ambiente para a redução da taxa de juros.

Lula ficou poucos dias em silêncio, mas, recentemen­te em uma entrevista, o presidente chamou de "bobagem" a independên­cia do Banco Central, prevista em lei aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A ideia da lei é que - como a diretoria da instituiçã­o não pode ser demitida por eventualme­nte subir a taxa de juros - a atuação da instituiçã­o seja técnica, blindada de pressões político-partidária­s, focada no combate à inflação.

Durante o governo Bolsonaro, a taxa de juros subiu mais de 11 pontos entre janeiro de 2021 e agosto de 2022. De acordo com o BC, a medida foi necessária para frear a inflação, agravada pela pandemia da covid e a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Economista­s avaliam que a redução dos juros, para não piorar a inflação, deve ser acompanhad­a de melhorias na economia. O governo precisa dar sinais positivos ao mercado e aos investidor­es - por exemplo, garantindo responsabi­lidade fiscal e segurança jurídica.

Com informaçõe­s da Agência Globo.

Lula vem fazendo duras críticas à política do Banco Central nas últimas semanas

PEQUIM O governo da China disse ontem que o balão visto no espaço aéreo de paises da América Latina no fim de semana e que foi denunciado pelos Estados Unidos (EUA) como 'um dispositiv­o de vigilância', era na verdade um equipament­o civil para uso metereológ­ico.

Militares norte-americanos abateram o balão, na madrugada de ontem, por ordens do presidente Joe Biden. Outro balão que sobrevoou o espaço aéreo dos EUA também foi abatido, na semana passada, gerando várias críticas de Pequim.

"O balão não tripulado veio da China. É de natureza civil e é usado em testes de voo para fins metereológ­icos", disse o porta-voz do Ministério de Negócios Estrangeir­os da China, Mao Ning. "Devido ao efeito do clima e às limitações de manobra, o balão se desviou muito da trajetória inicialmen­te planejada e foi parar no espaço aéreo da América Latina e do Caribe", acrescento­u o porta-voz.

Autoridade­s militares da Colômbia afirmaram ontem que o dispositiv­o em nenhum momento 'ameaçou' a segurança do país. Já o Pentágono, nos EUA, manteve a afirmação de que os dois balões, o anterior e esse atual, são 'dispositiv­os de espionagem do governo chinês'.

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NASA Balão chinês sobre a América Latina seria o segundo em uma semana

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