Aumento de ocorrências em festas populares preocupa; especialista ensina a se proteger
Matos, às 23h, após a saída do Cortejo Afro.
Sete assaltantes teriam realizado diversos roubos no local, que, apesar de próximo ao 18º Batalhão de Polícia Militar, não tinha policiamento na hora. "Eles começaram a roubar e agredir continuadamente frequentadores que saíam do Cortejo. Foi surreal porque eles continuaram na mesma área, roubando correntes e celulares", conta Claudio, que acrescenta ter visto ao menos sete roubos em um curto espaço de tempo. A Polícia Militar afirma que não foi chamada.
SEM PAZ NOS ALTERNATIVOS
Embora as aglomerações dos circuitos mais cheios como Barra-Ondina e Campo Grande favoreçam as ocorrências, os chamados espaços alternativos, que antes tinham fama de atrair famílias, também já preocupam os foliões. Um morador há 13 anos no Santo Antônio Além do Carmo, que preferiu não ser identificado por medo de retaliações, conta que nunca presenciou um pré-Carnaval tão perigoso quanto o deste ano no bairro. "Nunca vi nada assim antes, a movimentação está muito grande e são muitos casos de crimes", relata. Ele, inclusive, pretende se mudar com a esposa e o filho por conta da insegurança que sente no bairro.
O CELULAR DO LADRÃO
Em Salvador, uma prática popular nas festas é levar, além do próprio celular, outro aparelho reserva para o caso de furto. Esse é, em bom baianês, o chamado “celular do ladrão”. A tática salvou o jornalista João Marcelo Souza, 22, de perder o verdadeiro aparelho na véspera da festa do Rio Vermelho.
Na ocasião, ele estava usava bolsa tiracolo e não reparou quando alguém a abriu e tirou um dos aparelhos. “Estava passando pelo Largo da Dinha, umas 20h, e parei para conversar com algumas pessoas. Tenho quase certeza que o furto foi nesse momento porque tinha muita gente passando pelas laterais”.
Ele só reparou que tinha sido vítima de furto quando se deu conta de que a bolsa estava aberta. “Até quando vou à praia ou shopping levo o ‘celular do ladrão’. Ele cumpriu a função dele”.