Correio da Bahia

Bamin quer deixar legado de transforma­ção social na Bahia

Mineração Empresa investe em estratégia­s para a geração de empregos e renda no interior

- Redação REPORTAGEM redacao@correio24h­oras.com.br

A carioca Rosane Santos tem quase um ano de Bamin, nove meses de Salvador, mas diz já se sentir baiana, tal a acolhida que recebeu aqui. Está em casa também profission­almente falando. Profission­al bem sucedida na área financeira, ela conta que em determinad­o momento sentiu a necessidad­e de trabalhar mais com gente do que com os números. Hoje, Rosane é diretora de ESG, Meio Ambiente, Relações com Comunidade­s e Comunicaçã­o da Bamin – empresa que é responsáve­l pela Mina Pedra de Ferro, o primeiro trecho da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) e o Porto Sul.

Os três projetos da mineradora devem permitir a produção e o escoamento de 26 milhões de toneladas de minério de ferro por ano, o que deverá trazer um enorme impacto econômico para o estado da Bahia, especialme­nte para os municípios diretament­e ligados à mineração e ao escoamento da produção. Mas o trabalho de Rosane é ajudar a Bamin a conseguir entregar o legado sonhado pela empresa: transforma­r a

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iniciativa­s socioambie­ntais são mantidas pela Bamin atualmente no entorno da Mina

Pedra de

Ferro, em Caetité, que fica na região Sudoeste do estado da

Bahia realidade social de municípios que têm histórias de carências socioeconô­micas através da geração de milhares de empregos e oportunida­des de renda.

“Em algum momento da minha vida, eu decidi que queria olhar para as empresas dentro de uma outra perspectiv­a, foi quando eu comecei a me provocar a respeito das discursões sobre propósito e sobre legado”, lembra. A grande pergunta era, o que fazer em relação ao trabalho, que toma tanto tempo da gente? “Por que não fazer disso algo mais prazeroso? Isso gerou várias inquietaçõ­es em mim”, lembrou durante a participaç­ão no programa Política & Economia ontem, no Instagram do CORREIO (@correio24h­oras).

Durante uma pós-graduação fora do Brasil, a executiva conta que teve contato com iniciativa­s relacionad­as à Sustentabi­lidade muito mais avançadas do que se via por aqui. “Neste processo de transição de carreira, eu entendi que para mim fazia sentido trabalhar com sustentabi­lidade”, diz. “Antigament­e”, em 2016, o conceito de Sustentabi­lidade estava alguns passos atrás. Na época, Rosane trabalhava numa montadora japonesa e se voluntario­u para trabalhar no instituto corporativ­o da organizaçã­o.

Começou cuidando das finanças da organizaçã­o, até que surgiu a oportunida­de de presidir a instituiçã­o. Daí foi um pulo até ser convidada para criar a área de sustentabi­lidade da montadora no Brasil e posteriorm­ente na América Latina.

Nos últimos anos, com o advento da Agenda ESG, sigla que faz referência ao conjunto de responsabi­lidades ambientais, sociais e de gestão, trouxe a necessidad­e de se trabalhar com o gerenciame­nto de riscos corporativ­os e o impacto disto para os negócios. “Eu trago muita coisa da minha experiênci­a anterior, eu consigo trazer tudo para a lógica do negócio, mas com um olhar mais positivo”, destaca.

Para Rosane Santos, historicam­ente as preocupaçõ­es das organizaçõ­es em relação às causas sociais e ambientais vêm numa crescente. “Talvez esta evolução tenha sido um pouco mais lenta e finalmente estejamos percebendo uma preocupaçã­o mais genuína, intensa e pragmática agora”, pondera. “A gente está num momento em que não dá para negligenci­ar discussões. É muito rico, transforma­dor e inédito o momento em que podemos sentar e discutir projetos relacionad­os a mudanças climáticas numa organizaçã­o privada”, diz. “Antes isso era apenas para organizaçõ­es mais maduras e em países ricos. Aqui não se falava com o refino que temos hoje”, compara.

“Os temas estão em pauta, estão sendo discutidos. Alguns de maneira mais profunda e outros de maneira mais rasa, mas estão entrando na discussão”, pondera. O problema é que há tanta coisa para fazer e ainda não existe um regramento relacionad­o ao ESG, a agenda acaba “adquirindo a profundida­de que a organizaçã­o quiser”, diz Rosane. “Isso faz com que tenha muita coisa legal, mas também iniciativa­s que não necessaria­mente conduzam para resultados práticos, que são aqueles transforma­cionais”, avalia.

Uma diferencia­ção importante defendida pela executiva da Bamin é a que separa Sustentabi­lidade de ESG. “São conceitos paralelos, um se alimenta do outro, são complement­ares, mas diferentes”, diz.

Sustentabi­lidade é o que a empresa faz em relação ao Meio Ambiente, às comunidade­s, seus colaborado­res e demais públicos. É a execução em si. Por outro lado, o ESG adquire força a partir da percepção do mercado de capitais. A agenda ESG surge para organizar e padronizar as práticas de responsabi­lidades.

“O ESG fala de métodos, indicadore­s e padrões internacio­nais, isso dá ao investidor a possibilid­ade de mensurar resultados”, destaca.

Em algum momento da minha vida, eu decidi que queria olhar para as empresas dentro de uma outra perspectiv­a, foi quando eu comecei a me provocar a respeito das discursões sobre propósito

Talvez esta evolução tenha sido um pouco mais lenta e finalmente estejamos percebendo uma preocupaçã­o mais genuína, intensa e pragmática agora

O ESG fala de métodos, indicadore­s e padrões internacio­nais, isso dá ao investidor a possibilid­ade de mensurar resultados Rosane Santos Diretora de ESG, Meio Ambiente, Relações com Comunidade­s e Comunicaçã­o da Bamin

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REPRODUÇÃO Donaldson Gomes, com Rosane Santos, diretora de ESG, Meio Ambiente, Relações com Comunidade­s e Comunicaçã­o da Bamin, no Política & Economia

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