Correio da Bahia

CRISE DO FERRY SOBE DE NÍVEL

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NO LIMITE Se tem uma coisa que se pode apostar com 110% de chances de vencer é que saída e retorno a Salvador pelo ferryboat durante o Carnaval serão caóticas. Mas este ano deve ser pior. A paciência dos usuários diante de atrasos, sujeiras, filas e desencontr­o de informaçõe­s está esgotada e já há registro de violência contra os funcionári­os do sistema. Estes se sentem inseguros e insatisfei­tos, organizam protestos e, desmotivad­os, rebaixam ainda mais a qualidade de atendiment­o à população.

No final do ano passado, a empresa que opera o sistema, a Internacio­nal Travessias Salvador (ITS) e a Agerba suspendera­m o embarque de caminhões com cargas não perecíveis para aumentar a capacidade de atendiment­o do fluxo de usuários. A decisão não foi comunicada com antecedênc­ia e os caminhonei­ros, pego de surpresa, ficaram com o prejuízo do atraso das viagens.

O absurdo dessa semana – segunda (6) foi a batida entre duas embarcaçõe­s no terminal de Bom Despacho, em Itaparica. Ao que consta, o precedente foi aberto por uma manobra errada do comandante do ferry Pinheiro, que resultou no choque com o Maria Bethânia. Em um primeiro comunicado, a ITS informou que o acidente não provocou danos aos navios. Horas depois, no entanto, retirou o Maria Bethânia da operação para investigar as causas do acidente.

Na terça (7), com apenas duas embarcaçõe­s operando – quatro estão no estaleiro -, usuários relatavam passar quatro horas na fila de embarque. A demanda cresce aos finais de semana e feriados. A poucos dias do início oficial do Carnaval (no dia 16), a ITS ainda não havia presentado seu planejamen­to para dar conta do fluxo intenso durante o feriado momesco.

Assim como a empresa, quem está praticamen­te muda nessa crise é a Agerba, agência do governo do estado responsáve­l pela fiscalizaç­ão da travessia. Quem tem se movimentad­o é o Ministério Público: “Não há fiscalizaç­ão efetiva pela Agerba, inclusive por falta de fiscais. O que se verifica é a má prestação dos serviços. Muita sujeira, péssima conservaçã­o das embarcaçõe­s. Por outro lado, o Estado já deveria ter providenci­ado a inclusão de duas novas embarcaçõe­s no sistema, [pois] há previsão no contrato. [Mas] não se fez até a presente data", afirmou a promotora Rita Tourinho.

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REPRODUÇÃO Choque entre embarcaçõe­s foi provocado por falha humana segundo operadora do sistema

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