Correio da Bahia

Nostalgia no retorno de um grande sucesso

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Já se passaram 25 anos, mas a história de amor de Jack e Rose continua emocionand­o. A volta de Titanic aos cinemas despertou um sentimento de nostalgia em gente de diversas gerações. Até a jovem Letícia Conceição, 18, lembrou-se da infância, quando assistiu pela primeira vez ao filme protagoniz­ado por Leonardo DiCaprio e Kate Winslet.

A agora estudante de psicologia tinha apenas oito anos quando conheceu o épico dirigido por James Cameron e se apaixonou por ele. Viu pela primeira vez na TV aberta, dublado, e ficou no pé do pai para que ele lhe desse um DVD. Daí em diante, virou quase uma obsessão: “Com certeza, já vi umas cem vezes. DiCaprio foi meu primeiro ‘crush’”, diz.

Mas a leitura dela sobre o filme mudou com o tempo. Se deu conta de que o filme refletia o machismo da sociedade: “Rose não queria casar com o homem rico, dizia que aquilo não era justo, mas ouvia da mãe: ‘O mundo nunca vai ser justo para nós, mulheres’”.

Letícia estava acompanhad­a da mãe, a dona de casa Lucidalva, 50. Elas haviam saído de Camaçari, onde moram, para comprar o material de estudos da futura psicóloga. Chegaram ao Shopping da Bahia às 10h da manhã e acabaram ficando para ir ao cinema. “Ela me disse que não sabia que o filme estava em cartaz. Mas ela sabia sim”, diverte-se a mãe, com a estratégia da filha.

Se Letícia e Lucidalva saíram de Camaçari, teve quem veio de mais longe ainda: a assistente administra­tiva Maria Elisabeth Amorim, 53, saiu de Esplanada, a 170 km de Salvador, apenas para acompanhar a saga do navio famoso. “Aproveitei que era minha folga e, como meu patrão estava vindo para Salvador, pedi uma carona”, comemorava. E o melhor: ela havia sido surpreendi­da pela promoção dos ingressos a R$ 10. E, mesmo a viagem sendo longa, de aproximada­mente 2h40, o épico de 1997 é ainda mais longo, com 3h16. Mas o esforço valeu: “Continua me emocionand­o muito”.

O dentista Weslei Guimarães Santos, 27, também foi movido pela nostalgia: “O filme desperta essa memória afetiva da adolescênc­ia e, quando vi que ia rolar no cinema, me preparei. E, como o cinema só entrou em minha vida quando vim morar em Salvador, aos 17, ainda faço questão de frequentar”, revela o jovem, que foi criado em Brumado. Weslei foi acompanhad­o da irmã, Rayssa, e da amiga Franciele. “A história é linda, envolvente. Mas eu gosto também quando o cenário é um personagem. E em Titanic, o navio é o personagem principal”, pondera Rayssa.

Houve também quem precisou de tempo para ‘aprender’ a gostar do filme, como o crítico de cinema Adolfo Gomes, que, em 1998, quando Titanic chegou aos cinemas brasileiro­s, resistiu. Hoje, aos 49 anos, Adolfo diz que, naquela época, aos 24, estava começando como

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