Agenda ESG está atrasada no Brasil, afirma ONU
24H ECONOMIA
RELATÓRIO A nova edição do Observatório 2030 feito pelo Pacto Global da ONU no Brasil mostra que a agenda ESG (da sigla em inglês para responsabilidade ambiental, social e de governança) segue atrasada entre as empresas brasileiras. O Levantamento analisou os balanços de 82 empresas de capital aberto que reportam seus resultados nos padrões do Global Reporting Initiative (GRI) e, segundo reportagem do jornal O Globo, apenas duas têm suas metas para mitigação de emissão de gases aprovada pela Science-Based Targets initiative (SBTi), e menos da metade delas tem algum tipo de estratégia estabelecida.
O levantamento aponta ainda que 35 das 82 empresas pesquisadas concentram suas ações no Escopo 1 (que trata das emissões de gases do efeito estufa pela própria companhia); outras 29 cuidam também do Escopo 2 (cujas emissões derivam dos recursos utilizados pela companhia para sua produção); e apenas 12 trabalham para a redução das emissões no Escopo 3 (geradas por terceiros, como fornecedores).
Ainda de acordo com a reportagem, A água também não recebe a atenção necessária. Das empresas analisadas, 78% (64) não reportam o total de água retirada em áreas com estresse hídrico. Somente 15% das empresas (13) analisam o risco de escassez tanto
Observatório 2030 analisou balanço de 82 empresas de capital aberto e descobriu que apenas 12 trabalham para reduzir emissões próprias e de fornecedores
de quantidade de água, quanto da qualidade.
A maioria das empresas não divulga nos indicadores o percentual de colaboradores negros em seus quadros funcionais. Das empresas analisadas, só 18% (15) divulgam esse dado. Sobre a equidade de gênero, em todos os cargos o percentual de mulheres foi maior nas empresas que são signatárias dos WEPs (Women’s Empowerment Principles). Porém, menos da metade das empresas analisadas aderem a esse compromisso (43,9%). No quesito transparência salarial, faltam informações. Somente 14 empresas divulgaram a proporção entre o salário da pessoa mais bem remunerada e a média do salário dos colaboradores. Carlo Pereira, CEO do Pacto Global da ONU no Brasil, diz que o setor privado brasileiro está cada vez mais preocupado e engajado com a Agenda 2030. Porém, falta velocidade nas ações.
“Tem muita gente prometendo zerar emissões de carbono até 2050, o que é fundamental, mas como? Qual o caminho até lá? Precisamos do caminho, do comprometimento com iniciativas com base na ciência, então, o Observatório 2030 mostra o quanto é fundamental monitorar todos esses compromissos”, afirma.