Irmã do governador de Roraima é presa pela Polícia Federal
OURO ILEGAL A Polícia Federal deflagrou na sexta-feira (10) uma operação contra lavagem de dinheiro oriundo de ouro ilegal. Entre os alvos estão a irmã do governador de Roraima, Antonio Denarium (PP), Vanda Garcia de Almeida, e o sobrinho dele, Fabrício de Souza Almeida.
Policiais federais foram à casa de Vanda Garcia ainda na madrugada, no bairro São Vicente, zona Sul. A reportagem fez contato com ela via redes sociais e telefone, mas Vanda não respondeu. Não há suspeita de envolvimento do governador.
Na casa do sobrinho, que é colecionador, atirador desportivo e caçador (CAC), a
PF encontrou nove armas. Em 2010, Fabrício foi preso com diamante em Rondônia.
A suspeita da PF é de que a lavagem de dinheiro era de extração ilegal de ouro da Terra Indígena Yanomami. O território enfrenta uma grave crise humanitária em razão da ação devastadora de garimpeiros que exploram ilegalmente próximo às comunidades indígenas.
Além da irmã e do sobrinho, outros parentes do governador estão entre os alvos da buscas da Polícia Federal, que segue em investigação.
Em nota, o governador disse que recebeu a notícia "e desconhece o teor da investigação contra sua irmã, Vanda Garcia, e espera que as eventuais responsabilidades sejam apuradas na forma da lei", e se colocou "à disposição para todo e qualquer esclarecimento". Ele disse o mesmo sobre o sobrinho.
A ação da Polícia Federal, chamada de operação BAL, mira um esquema suspeito de movimentar algo em torno de R$ 64 milhões em um período de dois anos. Ao todo, são cumpridos, nesta etapa da operação, oito mandados de busca e apreensão e de bloqueio de bens em Roraima e Pernambuco.
O objetivo da operação é investigar uma organização criminosa que estaria por trás do esquema de lavagem de dinheiro. Os mandados foram expedidos pela 4ª Vara Federal Criminal da Justiça Federal em Roraima.
Durante as buscas, agentes encontraram um total de cinco toneladas de cassiterita na casa de um dos alvos. A suspeita é de que o minério encontrado tenha sido extraído ilegalmente da Terra Indígena Yanomami.
A investigação começou após uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF) a um carro em uma rodovia em Roraima. Os agentes suspeitaram dos ocupantes.
Com informações da Agência Globo e CNN.