Correio da Bahia

‘Pode ser um dia em casa, outro em qualquer lugar’

Anywhere office Especialis­ta expõe soluções para novos modelos de trabalho

- Donaldson Gomes REPORTAGEM donaldson.gomes@redebahia.com.br

Do México, Bruna Neves conversa sobre anywhere office, conceito que indica a possibilid­ade de trabalhar de qualquer lugar. Do outro lado da tela, o jornalista fala de sua casa, em Salvador, numa videoconfe­rência mediada por uma equipe em São Paulo. Trabalhar de qualquer lugar requer um outro tipo de estrutura e o que a WeWork, onde Bruna Neves é Chief Product Officer (CPO), propõe são soluções flexíveis, que estão sendo cada vez mais demandadas após a pandemia.

Os novos tempos trouxeram comportame­ntos diferentes e acentuaram algumas demandas. "O que mais buscam conosco é um espaço para reunir as equipes", conta Bruna, referindo-se a salas para reuniões e espaços para convivênci­a.

Para trazer uma amostra do que oferece ao mercado, a WeWork está a partir de hoje com o seu escritório-itinerante na Pituba, em Salvador, e posteriorm­ente, em Trancoso. O truck é uma estratégia de marketing para marcar a chegada da empresa à Bahia, através de escritório­s parceiros. "A escolha do Carnaval para chegar em Salvador não foi aleatória, queremos demonstrar para pessoas de diversos lugares do Brasil e do mundo que estão na cidade para aproveitar a festa que é possível adaptar a rotina de trabalho a qualquer lugar", explica Bruna.

Qual é o produto de vocês?

A WeWork era uma empresa que tinha como modelo de negócios o aluguel de longo prazo do prédio, fazia a obra e locava em contratos mais flexíveis para empresas, no modelo segunda a sexta. Naquele tempo, um contrato mais curto ou flexível era mais raro. A pandemia chegou e mudou totalmente o nosso negócio. A gente vê cada vez menos pessoas neste modelo, de segunda a sexta, das 9h às 18h. A pandemia foi um período extremamen­te difícil, mas é a escassez que traz a inovação, então nós criamos novos produtos para atender a nova forma de trabalhar. Quando a gente passa para um modelo em que um dia você está em casa, no outro no escritório e depois em qualquer lugar, a demanda por tecnologia muda muito. A pandemia mostrou que ficar em casa é muito bom, mas que a gente também precisa do presencial, então o híbrido veio para ficar. Pensando nisso, lançamos uma gama de novos produtos, onde é possível alugar até por hora, passando pelo nosso produto que é o Workpass, semelhante ao de academias de ginásticas em que é possível malhar cada dia em um lugar. A gente lança este conceito, de que é possível trabalhar de qualquer lugar do mundo sem perder a qualidade e a estrutura.

Ainda é necessário ter alguma estrutura?

Em algumas situações é necessário. Tem dias em que ficar em casa é muito bom, mas em outros não. Tem pessoas que precisam separar a vida pessoal da profission­al, existem várias demandas diferentes. Mas eu queria lembrar que até para encontrar as outras pessoas (estrutura) é fundamenta­l.

Foi coincidênc­ia a chegada do escritório-itinerante na semana do Carnaval?

A gente percebeu que ter espaços no Rio e em São Paulo não era suficiente. Lançamos o marketplac­e para dar agilidade a este processo, através da capilarida­de dos nossos parceiros. Aí pensamos, como contar para o Brasil que a WeWork está em todos os lugares? O Truck vem ligado a essa campanha. Priorizamo­s começar pelo Nordeste. Não é uma coincidênc­ia começar por Salvador e Trancoso numa das semanas mais cheias do ano. O Truck é um escritório-itinerante, com ar-condiciona­do, café, happy hour, tudo que tem num escritório. Queremos que o trabalho se adapte à vida das pessoas e não mais o contrário. A gente não vê o home office como concorrent­e, só queremos deixar claro que pode ser um dia em casa, outro em qualquer lugar. Imagina ir para o Carnaval três dias antes e poder trabalhar tranquilam­ente até o início da festa.

Essa mudança de comportame­nto em relação aos escritório­s é definitiva?

A dinâmica nunca mais voltará a ser a mesma e isso é muito bom porque ela melhora a qualidade de vida. Quando a gente olha os dados da WeWork pré-pandemia e hoje, eu já tenho um fluxo de gente nos prédios 20 vezes maior do que tive, com uma receita 47% melhor. Mas o que chama atenção? Antes era a mesma pessoa de segunda a sexta-feira no mesmo escritório. Agora, a dinâmica mudou tanto que um dia é uma pessoa, no outro é alguém diferente. A gente vê o fluxo de venda dos nossos prédios retornando, mas com uma nova dinâmcia, é mais espalhado pela cidade, não é mais a mesma pessoa. Temos muito mais usuários para alcançar um mesmo volume de fluxo. Os grandes centros ainda seguem com lugares voltados para escritório­s, porque têm muitas empresas amarradas nos contratos de longo prazo e precisam manter. De modo geral, as pessoas não precisam mais estar de segunda a sexta no mesmo local. Essa dinâmica nova envolve muito mais qualidade de vida. As empresas estão percebendo perdas no modelo 100% remoto, um pouco na parte cultural, de entrosamen­to dos times, então o caminho é híbrido.

ENTREVISTA BRUNA NEVES , CPO DA WEWORK

Onde vocês estão aqui na Bahia?

A plataforma é aberta, então qualquer empresa de coworking ou passe flexível que queira colocar o inventário com a gente pode fazer isso. Hoje fazemos tanto a venda dos escritório­s, como também os aluguéis pontuais dos espaços. Já temos parceiros em Salvador, Lauro de Freitas e Feira, mas queremos estar na Bahia inteira. A Bahia é um polo de talentos e não apenas na capital, nossa ideia é chegar em qualquer lugar.

A solução de vocês é acessível a pequenas empresas e profission­ais liberais? Totalmente e isso é parte da mudança de dinâmica. Antes a empresa era muito associada a empresas de inovação e o empreended­or individual ou uma micro e pequena empresa não conseguia pagar por este escritório. Hoje já conseguimo­s operar com um valor muito menor e isso abre um leque para as pequenas, sem ter que se compromete­r com o aluguel caro e de longo prazo. É possível usar uma hora, pagando com o cartão de crédito

Qual é o custo pelo uso dos espaços?

A diária num coworking gira em torno de R$ 100, o aluguel de uma sala de reuniões varia, mas o preço é a partir de R$ 60 por hora, a depender da localizaçã­o. Nossos passes, que são as autorizaçõ­es para uso, começam a partir de R$ 499.

 ?? DIVULGAÇÃO ??
DIVULGAÇÃO

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil