Correio da Bahia

Prefeito entrega as chaves da capital para o Rei do Carnaval, em evento com o governador

- Gil Santos e Mari Leal REPORTAGEM gilvan.santos@redebahia.com.br

Está oficialmen­te decretado: até a terça-feira, 21, quem manda em Salvador é Momo, o rei da algazarra, da festa e dos excessos. Na tarde de ontem, o soberano sazonal, que passou dois anos ausente por conta da pandemia, recebeu a chave da cidade das mãos do prefeito Bruno Reis (UB), que convidou diversas autoridade­s para a solenidade. Entre elas, o governador Jerônimo Rodrigues (PT). A outorga da capital ao monarca da folia ocorreu no Camarote 2222, de Flora e Gilberto Gil, no edifício Oceania (Barra).

O reinado de seis dias do Momo Alan Nery inclui cerca de mil atrações, 600 delas nos três circuitos oficiais, e 400 nos carnavais nos bairros, e um total de 2.600 horas de muita música. A cerimônia da entrega da chave foi seguida da apresentaç­ão de Ivete Sangalo, primeira artista a abrir oficialmen­te o circuito Barra-Ondina em 2023.

Bruno Reis, que vive seu primeiro Carnaval como prefeito de Salvador, pois nos dois anos da crise sanitária da covid-19 a festa foi suspensa, destacou a expectativ­a para os próximos dias e a emoção pelo retorno dos festejos:

"Os principais artistas da Bahia que tinham disponibil­idade de data, sem seus próprios produtos, camarotes e blocos, nós contratamo­s. A gente tentou ao máximo que pudessem tocar aqui (na Barra) e no Centro. Estamos fazendo um Carnaval no Centro como nunca foi feito. Uma grande campanha, resgatando a tradição e história daquele circuito e nossas principais atrações vão se apresentar lá, especialme­nte domingo, segunda e terça".

O prefeito acrescento­u que, ainda durante a pandemia, se perguntou se Salvador voltaria a ter festas de rua nos moldes do Carnaval. "A gente sabe a importânci­a do Carnaval para a economia de nossa cidade, projetar Salvador no Brasil e no mundo. Fundamenta­l a gente voltar de forma marcante, triunfal. Tenho certeza que será um Carnaval histórico".

Bruno chegou ao camarote cercado por assessores e políticos aliados. Subiu até o mezanino do camarote e confratern­izou com o Rei Momo. Depois que a chave foi entregue, o prefeito ficou na sacada do prédio aproveitan­do o show de Ivete Sangalo e cumpriment­ando eleitores que passavam e acenavam. Pela manhã, esteve no Campo Grande.

GOVERNADOR E ASSESSORES

Tal qual um folião de primeira viagem, o governador Jerônimo estreou no Carnaval de Salvador com certa timidez, amparado por pessoas próximas e de confiança, incluindo diversos assessores e secretário­s. O gestor do estado também assistiu com muitos sorrisos ao início da apresentaç­ão de Ivete Sangalo.

Ao lado de Jerônimo, disputando espaço na varanda do Oceania, e até mesmo na parte interna do Expresso 2222, chamou a atenção a presença dos secretário­s da Segurança Pública, Marcelo Werner; da Cultura, Bruno Monteiro; da Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidade­s Tradiciona­is, Ângela Guimarães; além do vice-governador Geraldo Jr.

À imprensa, Jerônimo exaltou as ações do governo do estado para o Carnaval, nas áreas de responsabi­lidade estatal, como a segurança pública e a saúde para atendiment­o dos foliões na festa. Citou ainda as campanhas de combate à violência contra as mulheres, apoio aos catadores de reciclávei­s, combate ao racismo e à intolerânc­ia religiosa e iniciativa­s das mais diversas secretaria­s.

Já o Rei Momo, o produtor cultural Alan Nery, de posse da chave dourada de 80 centímetro­s, citou a responsabi­lidade em comandar os súditos e lembrou do irmão, Duzinho Nery, que também já foi Rei Momo no passado e morreu em 2021: "Estou fazendo este ano para homenageá-lo, onde ele estiver, está curtindo com a gente. Estava sentindo falta, adoro o Carnaval de Salvador", disse.

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