CACHIMBO DA PAZ ACESO
As gentilezas trocadas no domingo de Carnaval entre o prefeito Bruno Reis (União Brasil) e o presidente da Câmara de Vereadores, Carlos Muniz (PTB), foram traduzidas como um sinal claro do início de um processo de distensionamento na relação do Palácio Thomé de Souza com o comando do Legislativo Municipal, desgastado desde a sucessão estadual de 2022. O primeiro passo partiu de Muniz, que aceitou o convite de Bruno Reis para visitar o camarote da prefeitura no Campo Grande no início da tarde, acompanhado por cerca de dez vereadores. Por volta das 17h, foi a vez do prefeito atravessar a passarela Nelson Maleiro e visitar o camarote da Câmara, onde ambos conversaram longamente, posaram para fotos e demonstraram interesse em manter a aberta a ponte em mão dupla.
MUDANÇA DE ESTILO
Vereadores ouvidos pela Satélite durante a folia garantem que a bandeira branca só foi acenada pela diferença de estilos entre
Carlos Muniz e seu antecessor na presidência da Câmara, Geraldo Júnior (MDB), atual vice-governador do estado. Em suma, avaliam, enquanto Geraldo agia como rolo-compressor e atuava com excesso de protagonismo, o sucessor é menos afeito a holofotes e privilegia o diálogo. A chegada de Muniz ao comando da Casa foi tida como fundamental para o fim da animosidade entre o Executivo e o Legislativo, ao menos, ao longo deste ano.
NÓS ATADOS
Apesar da distensão, aliados do prefeito garantem que ele não pretende baixar a guarda, como forma de evitar surpresas na Câmara. Primeiro, porque Carlos Muniz não esconde que atribui a Geraldo Júnior sua ascensão na Casa, embora tenha alertado a interlocutores próximos que não aceitará pressões. Segundo, porque Muniz também sofre marcação cerrada de vereadores que integram a tropa de choque do vice-governador.
De pai para filho No meio do frenesi carnavalesco, o prefeito abriu brecha na movimentada agenda para curtir um pouco o caçula, Breno Reis, de 3 anos, em pleno domingo no Campo Grande.