NEM TUDO SÃO FLORES
Nem tudo foram sorrisos, beijos e amassos neste Carnaval. Antigos problemas terminaram antes do tempo com a festa de muitos foliões, como Marcos Souza Menezes, 27 anos, morto a tiros no circuito Osmar (Campo Grande), no primeiro dia da festa – outras duas pessoas ficaram feridas. A advogada Saadya Gomes Duarte Rosemberg, 29, voltava para casa, após curtir um camarote no circuito Dodô (Ondina), quando teve o carro atacado a tiros durante um assalto no bairro de Tancredo Neves, na madrugada de segunda-feira. Ela não resistiu.
Até o penúltimo dia da festa, houve registro também de estupro, transfobia, injúria racial, tráfico de drogas, brigas generalizadas, além de inúmeros casos de furto, inclusive, presenciados do alto do trio por artistas, como Ivete Sangalo e Anitta, que pararam suas apresentações.
A Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP) informou que, de quinta-feira a segunda, houve redução dos casos de violência e citou como exemplo as lesões corporais, que tiveram queda de 56% em relação à última edição da festa, em 2020 (confira outros números abaixo).
Um dia antes de o Rei Momo receber as chaves da cidade, uma mulher foi estuprada dentro de um banheiro químico na Barra. O crime aconteceu na noite do dia 15 e foi registrado na 14ª Delegacia. Segundo a Polícia Civil, a vítima foi levada a uma unidade de saúde. Ninguém foi preso.
A morte no circuito Osmar aconteceu por volta das 4h, na Rua Carlos Gomes, trecho próximo à Ladeira da Montanha. Na hora do crime, passava o Bloco Amor e Paixão – tudo aconteceu fora das cordas do trio. Segundo a polícia, três traficantes chegaram dizendo que eram da Gamboa e que estavam ali para matar rivais do Centro Histórico. Foi quando avistaram Marcos e começaram a atirar. Outros dois homens foram atingidos, um na perna e outro de raspão na barriga. Ainda segundo a polícia, um responde por roubo e outro por tráfico de drogas.
Após os primeiros casos de violência, principalmente no Centro de Salvador, o prefeito
898
furtos e roubos neste ano contra 1.153 casos em 2020
Bruno Reis fez um pedido à Polícia Militar, responsável pelo policiamento ostensivo da festa. “Faço um apelo para que a Polícia Militar comece as revistas nos pórticos mais cedo, para poder restringir a entrada de armas no circuito.”
Um dia antes da morte da advogada, no sábado (18), um corpo foi retirado das pedras da praia da Barra. A vítima era um homem, e a causa da morte é investigada (leia mais sobre as investigações do assalto que vitimou a advogada na página 44).
Nem as celebridades foram poupadas dos furtos. Numa rede social, a humorista Dani Calabreza contou que teve o aparelho levado a caminho do Bloco da Anitta. O crime aconteceu quando um grupo esbarrou nela e puxou a pochete na sexta-feira (17).
O CORREIO procurou as operadoras Vivo, Tim e Claro, para saber quantas pessoas bloquearam os chips após terem sido furtadas ou roubadas no Carnaval. A Vivo e a Tim responderam que, como se trata de segurança pública, os dados devem ser passados pela polícia. A Claro não retornou. A reportagem não conseguiu falar com a Oi.
Houve cenas ainda de pancadaria. Diversos vídeos circularam nas redes sociais, com flagrantes de várias brigas. Elas começavam com duas pessoas e, de repente, um grupo troca socos, chutes e até cadeiradas. Foi nessa que um dos funcionários do cantor Bell Marques acabou detido pela PM, em Ondina. Segundo a polícia, o homem, de 43 anos, havia provocado uma briga generalizada e ainda agrediu os policiais quando foi abordado. A Polícia Civil informou que ele foi detido por resistência e depois liberado.
Na segunda noite de Carnaval, um homem foi detido pela Guarda Civil Municipal após denúncia de foliões de