Bahia tem destaque entre temas regionais, e traz sorte

O tema da Imperatriz Leopoldinense, vencedora do Grupo Especial do Carnaval do Rio de Janeiro 2023, tem evidente relação de proximidade com a Bahia. Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, é pernambucano, mas em suas andanças no cangaço teve a Bahia como cenário principal. É do estado, aliás, sua amada Maria Gomes de Oliveira, a Maria Bonita, também homenageada pela Verde e Branca. Maria Bonita nasceu nas redondezas de onde hoje é a cidade de Paulo Afonso.

E foi essa simbologia nordestina, com retoques de baianidade, que deu à Imperatriz Leopoldinense seu mais novo título. E isso depois de um jejum de 22 anos. Mas, em si tratando de colocar a Bahia nas passarelas do samba, é sempre assim: a terrinha traz sorte.

Que o digam, dentre outras, a escola Paraíso do Tuiuti, que em 2011 foi campeã do Grupo de Acesso B com o enredo "O mais doce bárbaro - Caetano Veloso". E a Estação Primeira de Mangueira que, em 2016, defendeu na avenida o enredo "Maria Bethânia: A menina dos olhos de Oyá", que também se sagrou vencedor, desta feita do concorrido Grupo Especial.

Outra escola que destacou a Bahia foi a Unidos do Viradouro que, em 2020, contou a história do grupo Ganhadeiras de Itapuã, do litoral baiano.

PRESENÇA FORTE

Para falar do Nordeste, essa influencia só se amplia. Para se ter uma dimensão, somente este ano, metade dos 12 desfiles das escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro exaltaram a cultura, o povo e os estados nordestinos. Incluindo aqui, como citado, o enredo vencedor - "O aperreio do cabra que o excomungado tratou com má-querença e o santíssimo não deu guarida".

Em São Paulo a coisa não é diferente e o Nordeste também sempre se faz presente. Um exemplo recente é a Mancha Verde, escola paulista que este ano defendeu na avenida o enredo "Oxente - sou xaxado, sou Nordeste, sou Brasil".