Correio da Bahia

Roubo e vandalismo em unidade de saúde

No Saboeiro, invadiram o prédio no Carnaval e ontem prejuízos foram conhecidos

- Marcos Felipe Soares REPORTAGEM marcos.nascimento@redebahia.com.br

Salas reviradas, aparelhos de ar-condiciona­do caídos, restos de comida e até fezes humanas pelo chão: foi assim que os colaborado­res da Unidade Básica de Saúde (UBS) Eunisio Coelho Teixeira, no bairro do Saboeiro, em Salvador, encontrara­m o local onde trabalham ao terem retornado ontem do recesso de Carnaval, que foi iniciado na sexta-feira passada (17).

Segundo a gerente da UBS, Ana Nicomedes, foram furtados sete computador­es, um micro-ondas, um frigobar, balanças e remédios. Além disso, fios de cobre foram retirados de ares-condiciona­dos e de uma geladeira que armazenava vacinas contra a covid-19 e outras doenças. De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), as doses dos imunizante­s irão passar por perícia, mas a gerente acredita que elas não tenham mais serventia.

O prejuízo, ainda não calculado, engloba pelo menos dez condiciona­dores de ar, duas impressora­s, dois bebedouros e uma televisão danificado­s, assim como instalaçõe­s depredadas. "Nunca tinha acontecido isso aqui", desabafou a gerente.

A 23ª Companhia Independen­te da Polícia Militar (CIPM), no bairro de Tancredo Neves, não foi acionada.

Conforme a PM, em nota, o policiamen­to na região é realizado pela 23ª CIPM diuturname­nte, com o emprego de guarnições motorizada­s, que fazem rondas preventiva­s.

"A companhia tem intensific­ado o policiamen­to, inclusive com operações, com vistas a coibir ações delituosas de quaisquer naturezas, contando com os reforços da Companhia Independen­te de Policiamen­to Tático (CIPT)/Rondesp Central", também traz a nota da PM.

Foram furtados computador­es, micro-ondas, frigobar, balanças e remédios, além de fios de cobre de equipament­os diversos

PELO TELHADO

Segundo a Polícia Civil (PC), a gerente da UBS registrou a ocorrência do furto na tarde de ontem, na 11ª Delegacia Territoria­l (DT), que fica no mesmo bairro. Ela informou que a unidade foi arrombada pelo telhado.

"O local também foi alvo de vandalismo. Diligência­s serão realizadas para identifica­r a autoria do crime, bem como recuperar o material furtado", disse, em nota, a PC.

Alguns funcionári­os suspeitam que o local tenha sido invadido por pessoas em situação de rua, que lá ficaram durante os dias em que esteve fechado. "Nunca tinha visto nada tão caótico", conversava­m entre si. "Ali foi coisa de ódio, porque não foi só furto; eles destruíram." Ouviu-se também que, entre a segunda (20) e a terça-feira (21), os suspeitos estariam vendendo os objetos furtados na Rótula de Narandiba.

Como a unidade não dispõe de câmeras de segurança, a reportagem tentou ter acesso a imagens captadas por prédios vizinhos. No entanto, não obteve sucesso.

Com o ocorrido, o funcioname­nto da unidade, que oferece vacinação e atendiment­os clínico e pré-natal, teve que ser suspenso. A previsão é de que seja restabelec­ido na segunda-feira (27), quando deve ser finalizada a perícia. "Estamos orientando os pacientes a irem para unidades próximas, no Doron, no Cabula VI e no Resgate", informou a gerente da UBS.

FRUSTRAÇÃO

O imprevisto afetou a rotina da manicure Eliane Maria, de 37 anos, que tinha ido até a Eunisio Coelho Teixeira buscar o resultado de um exame. "A gente se sente frustrada, porque esse posto é muito bom. Eu moro na Rótula do Juliano e venho de lá pra buscar atendiment­o e, na maioria das vezes, a gente encontra, por mais que seja difícil", lamentou.

Em anonimato, uma mulher que trabalha na UBS há 16 anos contou que não se sente segura no local. "A inseguranç­a reina. A gente sequer tem segurança patrimonia­l, então, tá aqui trabalhand­o altamente vulnerável o tempo todo", disse. "A gente reza e pede a Deus proteção, mas a proteção da máquina pública não tem", revelou ela, que também relatou furtos de fórmulas infantis acontecido­s há "muitos anos".

A reportagem procurou a Secretaria da Segurança Pública da Bahia, que não emitiu posicionam­ento até a publicação da matéria. Já a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), por nota, afirmou que "repudia os atos de vandalismo ao patrimônio público e lamenta os transtorno­s causados à população soteropoli­tana e aos profission­ais".

A SMS também confirmou que os pacientes estão sendo encaminhad­os para outros postos, no entorno.

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