Correio da Bahia

Opção ao SUV

Chevrolet Montana está de volta, e quer conquistar consumidor­es que buscam mais versatilid­ade

- Antônio Meira Jr. DE CURITIBA antonio.meira@rebahia.com.br O JORNALISTA VIAJOU A CONVITE DA GM

A Montana surgiu no começo dos anos 2000. Na época, sua base era o Corsa. Algum tempo depois, a picape cresceu e tomou formas do Agile. Agora, o utilitário está de volta, mas com a mesma base do Tracker, SUV mais vendido do país no ano passado.

O veículo tem 4,72 metros de compriment­o, apenas 2 centímetro­s a mais que a Renault Oroch, uma de suas rivais. As outras duas concorrent­es são da Fiat: Strada (24 cm menor) e Toro (22 cm maior). A vocação e as dimensões afastam o novo modelo de uma disputa interna na Chevrolet. A S10 tem 5,41 m de compriment­o, só é impulsiona­da por motores diesel, e custa a partir de R$ 250 mil.

A Montana, que começou desembarca­r nesta semana nas concession­árias, é oferecida em quatro versões. Sempre com tração 4x2, cabine dupla e um único propulsor, ela pode ser equipada com transmissã­o manual ou automática. Custa inicialmen­te R$ 116.890, preço da versão denominada apenas como 1.2 turbo, que tem câmbio manual. A configuraç­ão LT, ainda com transmissã­o manual, é tabelada por R$ 121.990. As duas automática­s são a LTZ (R$ 134.490) e Premier (R$ 140.490).

É uma picape que vai concorrer forte com as versões automática­s da Strada Volcano (R$ 122.990) e Ranch (R$ 127.990). Na outra ponta, disputa com a Toro Endurance (R$ 146.990). Na Renault, a competição é com todas as três opções, que vão de R$ 114.750 (Pro) até R$ 146.900 (Outsider).

A estratégia da Chevrolet, que já tem em seu portfólio a S10 e terá a Silverado em outubro, não é conquistar apenas os picapeiros. O papel dessa nova geração é atrair para a marca quem busca a versatilid­ade de uma picape. No entanto, a empresa sabe que as dimensões dos outros modelos atrapalham no uso diário das grandes cidades.

O grande bagageiro da picape, que comporta até 874 litros, pode receber acessórios e divisórias para facilitar a acomodação. A empresa também oferece uma opção de capota elétrica e garante que a caçamba tem a melhor vedação da categoria.

BOA PARA GUIAR

Durante o lançamento da Montana, a Chevrolet ofereceu o veículo por um dia, no Paraná. O trajeto contemplou trânsito urbano e diversos tipos de piso até a Estrada da Graciosa, um percurso sinuoso que atravessa o trecho mais preservado de Mata Atlântica do Brasil.

O que mais chamou a atenção foi a dirigibili­dade. Vazia, já que não foi oferecida a opção de guiar com lastro, a picape mostra um ótimo acerto de suspensão - que usa eixo de torção na traseira - e estabilida­de. A impressão é que nem estava em um utilitário enquanto guiava.

A propulsão também é competente e empurra bem a versão Premier, que tem 1.310 kg e 600 kg de capacidade de carga - a versão de entrada pesa 1.273 kg e leva até 637 kg. Até então restrito a uma versão do Tracker, o motor 1.2 litro turbo rende 132 cv de potência com gasolina e 133 cv com etanol, sempre a 5.500 rpm. O torque máximo, atingido a 2 mil giros, é de 19,4 kgfm com gasolina e de 21,4 kgfm com etanol.

De acordo com a aferição do Inmetro, com gasolina, o consumo urbano é de 11,1 km/l para as versões automática­s e 12 km/l para as opções manuais. Em rodovias, 13,6 km/l (manual) e 13,3 km/l (automática). Bom resultado para um veículo desse porte.

Com seis airbags de série, o que faz falta na Montana são tecnologia­s de auxílio à condução, comuns em SUVs. Apenas a configuraç­ão Premier tem alerta de ponto cego. O Tracker, por exemplo, conta com alerta de colisão frontal e frenagem autônoma de emergência. Assim como as versões mais caras da Toro.

Além da dançarina Lore Improta, outro baiano teve um grande destaque no desfile da Unidos da Viradouro, vicecampeã do Carnaval carioca: o antropólog­o Luiz Mott, 76 anos, responsáve­l por resgatar a história incrível levada à Sapucaí. Coube à atriz Erika Januza, rainha da bateria da escola, encarnar o espírito de Rosa Maria Egipcíaca, mulher preta que, em pleno Brasil do Século XVIII, foi puta, santa e a primeira negra a escrever um livro no país.

A história de Rosa Egipcíaca foi descoberta pelo professor de antropolog­ia da Ufba e fundador do Grupo Gay da Bahia durante suas pesquisas de mestrado na Torre do Tombo, em Portugal. Era 1983 quando ele encontrou um processo que falava sobre uma menina escrava, que chegou ao Rio de Janeiro na primeira infância, após ser raptada na antiga Costa e Ajudá, atual Benin - que foi uma importante rota para o tráfico negreiro do Brasil.

A história é fascinante e tem arcos de fantasia: Rosa chegou em 1725 e, após a alforria, se prostituiu para sobreviver até a vida adulta. Com o dinheiro da prostituiç­ão, bancou os custos necessário­s para se tornar beata e se destacou após a criação de uma casa de acolhiment­o, que recebia mulheres com uma história de vida parecida com a sua.

“A partir daí, começou a acontecer um culto de adoração a ela como uma nobre santa dos céus, com apoio inclusive do alto clero carioca da época. Só que ela foi denunciada por uma série de embustes e falcatruas, enviada a Portugal para o cárcere da Inquisição e morreu lá. Ela teve sua memória perdida. Uma negra, alforriada, ex-prostituta, se perdeu na história. Publiquei o livro em 1993, se tornou um artigo muito caro até que agora a Companhia das Letras vai relançar”, conta Mott.

SANTA OU BRUXA?

A santa não-canonizada passou a vida tendo uma série de visões e, por isso, foi acusada de bruxaria, passando por sessões de exorcismo comandada pelo padre português Francisco Gonçalves Lopes, o Xota-Diabos. As visões que a atormentav­am também se tornaram fonte para um feito histórico: foram parar no livro Sagrada Teologia do Amor Divino das Almas Peregrinas, que narra seus sonhos e visões com Jesus, ainda menino.

“Rosa é a prova de como a sociedade colonial brasileira era complexa e cheia de bre

Cada vez que uma escola de samba cumpre esse exercício de educar, como fazem os blocos afro aqui, quebram o silêncio sobre essa história e pensamos que elas não são únicas, rompe com o mito da história única colocada pelo racismo Gabriela Sá Professora da Uneb e pesquisado­ra

Rosa é a prova de como a sociedade colonial brasileira era complexa e cheia de brechas, pois uma escrava africana pode ser considerad­a ‘a maior santa do céu’ Luiz Mott Antropólog­o

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ACERVO DE LUIZ MOTTO Pintura de Rosa Maria Egipcíaca feita pelo artista Galindo
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DIVULGAÇÃO Luiz Mott descobriu os documentos sobre Rosa Egipcíaca em Portugal

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