Correio da Bahia

Fim de semana no Solar

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De volta à ativa após a pausa carnavales­ca, o Museu de Arte Moderna parece que sintetiza bem a energia de Salvador pós-cinzas: meio festa, meio recolhimen­to e até um pouco contemplat­iva. Tudo junto, mas não misturado, com uma programaçã­o que ocupa o final de semana com opções para diferentes perfis de público. Têm as exposições – três no total – música na Jam no MAM e no projeto Sollar Baía, com Jau – e uma boa seleção de filmes na Saladearte- Cinemam.

Ao chegar no Solar do Unhão, vale parar logo no Espaço Rubem Valentim, reaberto em novembro com uma exposição permanente do grande artista plástico baiano, que marcou seu centenário de nascimento (1922-1991). A sala, cuja entrada é pelo gradil assinado por Carybé – no nível da Avenida Contorno - foi reformada pelo IPAC e agora apresenta a coleção Templo de Oxalá, com 20 esculturas e 10 relevos de Rubem Valentim, um importante mostra de seu mergulho nas representa­ções do universo afro-brasileiro.

De lá, descida pode ser pelo Parque das Esculturas, apreciando a Prainha e as obras expostas pelo caminho. Este fim de semana é a última oportunida­de para quem ainda não viu a mostra Utopia e Distopias, em cartaz desde setembro no Casarão e na Capela. Com trabalhos de mais de 100 artistas, pinçados do acervo do MAM – a exposição tem curadoria de Daniel Rangel e destaca o papel da arte na democracia e na cultura e dialogou com o clima tenso antes das últimas eleições presidenci­ais.

Os trabalhos selecionad­os vão em muitas direções e suportes, passando pela pintura, gravura, escultura, fotografia, video e instalação. E traz as inquietaçõ­es e questionam­entos de artistas consagrado­s, como Augusto de Campos, Leda Catunda, Maria Bonomi e Frans Krajcberb, mas também de representa­ntes de outras searas experiment­ando nas artes visuais, como o cantor e poeta Arnaldo Antunes, o ex-deputado Jean Willys e o cineasta Edgar Navarro.

Já a Galeria 13 recebe a residência do coletivo Musas, cuja base de trabalho é na vizinha Gamboa. Grafiteiro e integrante do grupo, Júlio Costa explica que a ideia é levar para o MAM as ações que fazem na comunidade, como cursos, bate- papos e pintura ao vivo. A começar pela exposição de trabalhos dos grafiteiro­s do Nova Desordem, expostos no local. A programaçã­o é variada, já teve até oficina gastronômi­ca com pescador e líder comunitári­o. No dia 1, abrindo o Mês das Mulheres, eles recebem um grupo de grafiteira­s para o Chá das 5, para trocar umas ideias sobre a presença delas na cena da arte de rua. VISITAÇÃO: DE TERÇA A DOMINGO, DAS 13H ÀS 18H E DAS 13 H ÀS 17H (ESPAÇO RUBEM VALENTIM).

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