Correio da Bahia

MPT abrirá inquérito sobre o caso dos cordeiros

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IRREGULARI­DADES O Ministério Público do Trabalho da Bahia (MPT) vai apurar todas as irregulari­dades das normas que não foram cumpridas com os cordeiros durante o Carnaval, como saída dos blocos com até 7 horas de atraso, lanches e águas que não foram entregues ou trabalhado­res que receberam de forma fracionada. Há, também, uma reunião marcada para a próxima sexta-feira (3), com vários órgãos de controle que atuaram na folia, para avaliar e fazer um balanço do que ocorreu no evento, para que os problemas não se repitam no Carnaval do próximo ano.

Para os procurador­es, é necessário garantir as condições mínimas de saúde e segurança dos cordeiros, o registro da relação de trabalho e a existência de um seguro privado ou do seguro pelo INSS, em caso de acidente de trabalho. Além disso, haverá uma averiguaçã­o sobre a presença de menores de 18 anos trabalhand­o na função. “O trabalho é considerad­o de risco físico. Os blocos são orientados a não contratare­m [menores], mas há indícios de que houve”, disse o procurador Rogério Paiva.

O Centro de Referência em Saúde do Trabalhado­r (Cerest), órgão ligado à Secretaria Municipal

da Saúde, fiscalizou as entidades carnavales­cas e vai emitir um relatório para ajudar o MPT com o inquérito que será aberto esta semana.

As possíveis irregulari­dades vieram à tona no sábado (25), quando centenas de trabalhado­res que atuaram nos blocos Vumbora e Camaleão foram à Barra, para receber o dinheiro e voltaram para casa sem nada. A empresa responsáve­l pelo pagamento, a Olho Vivo, alegou que muitos cordeiros estavam sem a pulseira que foi entregue antes do desfile, além de terem abandonado seus postos, impossibil­itando a checagem da presença no bloco.

Cordeira há 10 anos, uma das trabalhado­ras comentou que sofre bastante para receber o dinheiro após o Carnaval. Segundo ela, é inadmissív­el ter de trabalhar tanto, sofrer agressões, xingamento­s e, no final, ganhar apenas R$ 360 (diária de R$ 60).

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ARISSON MARINHO/ARQUIVO CORREIO* Trabalhado­res alegam que atuaram no Carnaval, mas não receberam; outras denúncias serão apuradas

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