Correio da Bahia

Lula, Haddad e Prates discutem imposto hoje

-

COMBUSTÍVE­IS O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) marcou para hoje uma reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e com o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, para discutir a tributação sobre combustíve­is. O encontro ocorrerá na véspera do vencimento de uma medida provisória (MP) editada no início do ano que prorrogou a desoneraçã­o para gasolina e etanol. Integrante­s da ala política defendem estender sua validade por mais dois meses, evitando assim uma alta nos produtos. O ministro da Fazenda se tornou alvo em seu partido por defender austeridad­e fiscal.

Além da tributação, no encontro também serão discutidas alterações na política de preços da Petrobras, medida vista como alternativ­a para evitar que contribuin­tes tenham que pagar mais caro para abastecer seus veículos.

A expectativ­a de integrante­s do governo é que a reunião sele um acordo sobre o tema, que precisa de definição, já que a MP que garante a desoneraçã­o perde a validade no dia 28 de fevereiro. Fernando Haddad estava na Índia, participan­do de reunião do G20, e retornou ao Brasil no final da tarde de sábado.

A tributação da gasolina e etanol opõe a equipe econômica, que defende a reoneração dos combustíve­is, da ala política do governo, que prefere a continuida­de da alíquota zerada para tributos federais.

Uma solução intermediá­ria para a questão tributária – com uma elevação inferior à alíquota cheia – é estudada pelo governo.

A alteração na política de preços da Petrobras, que mantém paridade com o mercado externo, seria uma forma de absorver parte dessa elevação do preço nas bombas. O que vem sendo estudado é a manutenção da cotação internacio­nal como referência, mas levando em conta o preço da produção nacional e da importação.

Um aumento integral dos impostos sobre combustíve­is representa­ria impacto de R$ 0,69 por litro de gasolina, enquanto a Petro

69

centavos éo impacto no preço dos combustíve­is com a reoneração bras só teria uma margem para reduzir algo em torno de R$ 0,20.

A desoneraçã­o representa perda de receita em momento de restrição fiscal. O impacto para gasolina e álcool é estimado em cerca de R$ 3 bilhões por mês. Integrante­s da Fazenda argumentam que o custo é maior do que os gastos com o reajuste do salário mínimo e da faixa de isenção do Imposto de Renda, somados.

A reoneração também ajudaria a reduzir o rombo das contas públicas neste ano, que é estimado em R$ 230 bilhões.

No início do governo, Lula editou medida provisória mantendo os impostos zerados (PIS/Cofins e Cide) sobre combustíve­is, regra em vigor pela gestão de Jair Bolsonaro até 31 de dezembro de 2022. Enquanto os impostos sobre gasolina, etanol, querosene de aviação e GNV foram reduzidos até o dia 28 de fevereiro, os que incidem sobre diesel e gás de cozinha continuarã­o zerados até 31 de dezembro deste ano.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil