Embaixador russo descarta ocorrência de conflito nuclear
UM ANO DE GUERRA Há um ano, tropas russas invadiram a Ucrânia sob a afirmação de libertar o povo daquele país. Em meio a milhares de mortes e destruição de cidades inteiras, o discurso dos russos se mantém inabalável: é necessário libertar a Ucrânia de um processo de “nazificação”. E mesmo atribuindo aos Estados Unidos muita responsabilidade pela guerra – que os russos chamam de “operação especial” –, o embaixador da Rússia no Brasil, Alexey Labetskiy, descartou o começo de um conflito nuclear.
Para Labetskiy, que deu entrevista ontem para a Agência Brasil analisando o primeiro ano da guerra, os políticos dos EUA sabem que “o início de qualquer guerra nuclear significa o fim da civilização humana”. E, por isso, mesmo uma escalada ainda maior no confronto não levaria a uma consequência dessa gravidade.
A visão de um conflito entre Estados Unidos e Europa contra a Rússia é largamente explorado por Alexey Labetskiy na entrevista exclusiva concedida à Agência Brasil. Segundo ele, a guerra “está matando a indústria europeia”, e enriquecendo o líder da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) que, explica, passou a dominar o mercado de gás líquido na Europa. “A Europa se tornou um jogador se
Um ano depois da guerra, russos e ucranianos avaliam o conflito de forma diferente
cundário em relação aos Estados Unidos”, afirma.
Há um ano, milhões de ucranianos começaram a deixar seu país, fugindo das bombas disparadas pela Rússia. Mulheres e crianças, em sua maioria, foram morar em outros países da Europa ou até mais longe, como no Brasil, enquanto os homens ficaram para lutar. Mas, apesar do cenário de destruição mostrado ao mundo ao longo dos últimos 12 meses, o chefe da Embaixada da Ucrânia, Anatoliy Tkach, também entrevistado pela Agência Brasil, avalia que a estratégia militar russa em território ucraniano “fracassou completamente”.
Segundo ele, os territórios ocupados pelos russos vêm sendo recuperados pelas tropas ucranianas. Segundo Tkach, a Rússia passou a enviar criminosos condenados para o front, o que ele classifica como evidência de fracasso. E acrescentou que seu país prepara contraofensiva para liberar mais territórios.