Resgatados chegam após 2 dias de viagem
ACOLHIDOS A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDHDS) e a Defensoria Pública acolheram ontem os trabalhadores baianos que foram resgatados de situação análoga à escravidão no Rio Grande do Sul. O acolhimento inicial aconteceu na Defensoria, no bairro do Canela. Dos 196 baianos resgatados, 54 vieram em um ônibus e foram recebidos no órgão de defesa na capital, e mais três ônibus levaram trabalhadores para Serrinha (52), Lauro de Freitas (5) e Feira de Santana (12).
O primeiro ônibus a fazer parada na Bahia chegou por volta das 11h em Feira de Santana, com 40 vítimas, depois de dois dias de viagem. Dez homens ficaram em Feira de Santana, outros sete foram para São Sebastião do Passé e os demais seguiram para Salvador. Ainda fazem pare do grupo mais 73 pessoas da região do sisal. Todos passaram por triagem para avaliação das necessidades de saúde, condições de moradia e viabilização da reinserção em programas sociais e no mercado de trabalho.
De acordo com a defensora pública Cristina Ulm, que coordena o Núcleo de Integração, a Defensoria vai atuar na identificação das demandas dos assistidos. “Vamos entender a situação de vulnerabilidade. Seja em ações de saúde, seja nas questões de documentação, que eles podem estar com dificuldade ou terem perdido nessa situação, ter sido extraviada, ou na articulação junto com os órgãos do estado e dos municípios”, explicou. Haverá ainda o pedido na Justiça por indenização.
Localizados por meio de uma ação conjunta da Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Ministério do Trabalho e Emprego
(MTE) na noite de quarta-feira (22), em um alojamento, os trabalhadores apresentavam situações precárias de saúde, alguns com quadro de desnutrição. Os trabalhadores contaram que foram contratados para trabalhar em vinícolas, colhendo uvas em Caxias do Sul, mas eram explorados e agredidos.