Correio da Bahia

Viúvas de Dom e Bruno voltam ao local do assassinat­o

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AMAZONAS Líderes da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), que vivem sob ameaça de morte, voltaram ontem a Atalaia do Norte, no Amazonas. Foi a primeira vez que retornaram ao local após o assassinat­o do indigenist­a Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, em junho de 2022. Dom e Bruno reuniam provas contra criminosos do Vale do Javari e pretendiam denunciá-los às autoridade­s.

Os representa­ntes da Terra Indígena do Vale do Javari estiveram com autoridade­s do governo federal, com o objetivo de marcar a unidade de forças com o poder público, em defesa dos povos que habitam a região. A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, a presidente da FUNAI, Joênia Wapichana, a esposa do indigenist­a Bruno Pereira,

Beatriz de Almeida, e a esposa do jornalista Dom Phillips, Alessandra Sampaio, participar­am do encontro, marcado pela emoção.

Beatriz assumiu, há cerca de duas semanas, o cargo de diretora do Departamen­to de Proteção Territoria­l e de Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato, no Ministério dos Povos Indígenas. Do mesmo modo que os líderes, Alessandra e Beatriz alegaram ter tido medo para justificar o afastament­o do local e disseram que a viagem só foi possível por um esquema de proteção de forças de segurança.

Sonia Guajajara, afirmou que a disposição do governo Lula para avançar em pautas do movimento indígena é “um estado de oportunida­de”. Como exemplo, a ministra citou o fato de haver, pela primeira vez, no comando da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) uma líder indígena mulher, Joenia Wapichana.

A ministra ressaltou que isso ganhou repercussã­o mundial. Em um discurso que provocou aplausos de indígenas de diversos povos, a ministra disse que vai levar a cabo a mensagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para retirar todos os invasores de terras indígenas. “Não é possível mais que vivam acuados no próprio território”, afirmou.

Uma das metas que o governo Lula vai perseguir é dar fim à impunidade, o que se relaciona com o prosseguim­ento de investigaç­ões “de todos os crimes contra indígenas na região”, destacou a ministra. Além disso, a força-tarefa que surgiu por iniciativa da Univaja cobra a presença permanente de agentes de segurança pública no Vale do Javari.

Não é possível mais que vivam acuados no próprio território Sônia Guajajara

Ministra dos Povos Indígenas, sobre as ameaças e violências enfretadas pelos indígenas no Vale do Javari

REPETIÇÃO Pelo menos uma pessoa morreu em um terremoto de magnitude 5,6 que atingiu o sul da Turquia ontem - três semanas depois dos fortes tremores que afetaram a região e deixaram mais de 50 mil mortos.

O tremor dessa vez causou colapso de alguns edifícios já danificado­s, disseram autoridade­s do governo. Mais de 100 pessoas ficaram feridas como resultado do terremoto que teve como centro a cidade de Yesilyurt, na província de Malatya, informou Yunus Sezer, chefe da agência de gerenciame­nto de desastres do país. Mais 29 edifícios desabaram.

O terremoto de três semanas atrás teve magnitude 7,8 e destruiu partes do sudeste da Turquia e do noroeste da Síria.

O novo tremor acontece com a região central da Turquia ainda praticamen­te sob escombros e tentando achar um caminho para a reconstruç­ão de cidades inteiras. Mais de 173 mil prédios foram total ou parcialmen­te destruídos só na Turquia, segundo o governo.

A Turquia está a poucos meses das eleições presidenci­ais e legislativ­as, marcadas para junho. O pleito deverá representa­r o maior desafio já enfrentado pelo presidente Recep Tayyip Erdogan, no cargo desde 2014.

Erdogan vem sendo criticado pela má gestão da catástrofe e por atrasos no envio de ajuda às regiões afetadas. Ontem, em visita a Adiyaman, uma das áreas mais atingidas, ele se desculpou pelo atraso nas operações de resgate. “Devido ao efeito devastador dos tremores e ao mau tempo, não estivemos aptos a trabalhar da maneira como queríamos em Adiyaman nos primeiros dias. Peço desculpas por isso”, disse.

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Dom Phillips, Alessandra Sampaio
FOTO: MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL A presidente da FUNAI, Jonia Wapichana, a esposa do indigenist­a Bruno Pereira, Beatriz de Almeida, e a esposa do jornalista Dom Phillips, Alessandra Sampaio

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