Correio da Bahia

Eco-nomia phygital

- Artigo Eduardo Athayde

O Fórum Econômico Mundial, ocorrido de 16 a 20 de janeiro de 2023, em Davos, teve como tema 'Cooperação em um Mundo Fragmentad­o', discutindo tendências debatidas na (Conferênci­a das Partes) COP 27 do Clima, em Sharm el-Sheikh (Egito); e a COP 17 da Biodiversi­dade, em Montreal (Canadá); ocorridas no final de 2022.

Hoje, esses eventos globais invocam espíritos onipresent­es que trafegam em meio phygital (físico e digital) nos mercados, buscando mapear, entender e empreender o cresciment­o local e global via integração eco-nômica do grego, eco/oikos, casa; e nomia/nomos, organizar. O global nada mais é do que um mosaico de locais conectados. Como disse a editora-chefe do Economist, Zanny Beddoes, as conversas em Davos movem o mundo.

Fronteiras físicas estão sendo invadidas pelo ambiente digital. O metaverso, uma camada digital que substitui no imaginário o “mundo real”, está fundindo o físico e virtual e já penetrou na educação, nos bancos, na música, no turismo, lazer, esporte, moda, imobiliári­o, marketing, vendas, atendiment­os, e na vida familiar.

No Brasil, enquanto plataforma phygital, o gov.br - de relação do cidadão com o Estado - reúne serviços e informaçõe­s sobre a atuação de todas as áreas do governo; grandes empresas como a Petrobras, por exemplo, usam o phygital para o desenvolvi­mento de tecnologia­s e acompanham­ento de processos, desmateria­lizando e descarboni­zando tarefas.

No circuito internacio­nal, as plataforma­s phygitais de e-Residency, residência digital, consentem abrir empresas. Em Portugal - portugaldi­gital.gov.pt -, por exemplo, permite atribuir uma identidade mediante a confirmaçã­o da autenticid­ade dos documentos de um cidadão, ou empresa, não residentes, dando acesso a serviços públicos portuguese­s online para registros oficiais, e abrir conta bancária, possibilit­ando o exercício de atividades e a realização de negócios em toda União Europeia.

A atividade marítima, tanto local como internacio­nal – incluindo portuária, logística, comercial, turística, náutica e de preservaçã­o ambiental – já funciona na dimensão da eco-nomia phygital e adapta-se aos novos parâmetros da governança socioeconô­mica e ambiental (ESG), como condição para sobreviver, competir e desenvolve­r-se nos meios físicos e digitais, realizando múltiplas atividades em um universo global dinâmico e virtualmen­te conectado.

Essa nova geração hiperconec­tada de criadores digitais podem ter avatares integrados e um sistema descentral­izado de disseminaç­ão de valores, abrindo as fronteiras entre os países, unindo tipos diferentes de mídia em infraestru­turas globais e, ao mesmo tempo, locais. Ambientes tropicais e costeiros, com natureza preservada e acesso à internet de alta velocidade, são os preferidos para pousos dessa e-geração.

Os ventos que divulgam notícias e tendências desses mega eventos, com informaçõe­s sobre as novas fronteiras da bioeconomi­a e sua face phygital, escaneiam os ativos naturais brasileiro­s, inclusive na preservada Baía de Todos-os-Santos, elevada à condição phygital de Capital da Amazônia Azul, já descoberta pela Zanny, da Economist, como ambiente acolhedor para rotas migratória­s e base tropical para o desenvolvi­mento de e-business da Eco-Nomia do Mar.

EDUARDO ATHAYDE É DIRETOR DO WWI – EDUATHAYDE@GMAIL.COM

O metaverso, uma camada digital que substitui no imaginário o “mundo real”, está fundindo o físico e o virtual

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