Correio da Bahia

Morre Roque Aras, pai do procurador Augusto Aras

- VICTOR MENESES

LUTO Morreu em Salvador, aos 90 anos, Roque Aras, pai do procurador-geral da República, Augusto Aras. A informação foi confirmada pela OAB-BA, que lamentou o faleciment­o. A causa da morte não foi revelada. O enterro foi ontem, no Cemitério Campo Santo, na Federação.

Advogado de formação, Roque Aras foi juiz do Trabalho e instalou a 1ª Junta de Conciliaçã­o e Julgamento (JCJ) de Feira de Santana. Também enveredou na carreira política, tendo sido vereador em Feira, em 1970, deputado estadual (1974), deputado federal (1978), presidente do MDB da Bahia e candidato ao Senado (1986). A cidade decretou luto oficial.

O advogado atuou também como secretário da OAB-BA e como procurador-geral de Salvador. Ele foi aprovado no primeiro concurso para a Advocacia Geral da União (AGU).

Ele é homenagead­o pela Associação Nacional dos Advogados

da União (ANAUNI) com um prêmio que leva o seu nome. A iniciativa destaca monografia­s de advogados da União.

Natural de Monte Santo, no nordeste do estado, o baiano Roque Aras deixa a esposa, Nélia Pimentel, cinco filhos - Augusto Aras, Lina Maria, Roque Aras Júnior, Wanessa Maria e Viviane -, netos, bisnetos e sobrinhos.

Ao CORREIO, Viviane Aras, filha caçula de Roque Aras, afirmou que o pai passou por um período de sofrimento físico antes de morrer, aos 90 anos, ontem.

“Todos precisamos de um motivo para ir, mas o que importa é que ele foi em paz e o sofrimento físico acabou, assim eu acredito”, comentou ela. Apesar da fatalidade, Viviane, que também é advogada, comemora o fato do pai ter vivido 90 anos com muita saúde: “Imagina que benção”.

“Eu tenho uma ligação com ele muito forte, desde pequena. Para os outros, ele

seu filho nunca foi de reclamar do emprego, apesar de sempre chegar tarde em casa. “O serviço sempre foi puxado, tinha dias dele chegar em casa 22h, 23h, às vezes viajava. Meu sobrinho chegou a trabalhar junto com ele”, comentou.

Ele foi para o local assim que soube do acidente. “Esperei a empresa se manifestar. Falaram mais de três horas depois do acidente. Agora estamos esperando a perícia chegar para ver realmente o que aconteceu”, disse. Uma equipe do Departamen­to de Polícia Técnica (DPT) chegou ao local, inaugurado anteontem, por volta das 21h. “Sobre a mudança [de endereço da empresa], ele não conversou nada comigo. Se mudaram e aconteceu essa fatalidade.”

Um funcionári­o que não quis se identifica­r contou que a mudança de local da empresa foi feita às pressas. “A estrutura estava horrível, tudo solto. Eu ouvi a usina estalar mais cedo. Foi uma obra de última hora, a gente funcionava em outro lugar.”

Outro funcionári­o que acompanhou o resgate do corpo também falou sobre a carga de trabalho. “Largava 23h e no outro dia de manhã queriam que estivesse aqui

5h. A gestão ainda fazia cara feia se a gente reclamasse. Isso aqui era escravidão, rapaz.”

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