Correio da Bahia

Alunas são envenenada­s em escolas femininas do Irã

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INVESTIGAÇ­ÃO Cerca de 600 alunas no Irã foram hospitaliz­adas nos últimos três meses com suspeita de envenename­nto, em uma série de casos que são investigad­os pelas autoridade­s. A suspeita é de que os ataques são para forçar o fechamento de escolas femininas – em uma radicaliza­ção semelhante à do Talibã, no Afeganistã­o, e do Boko Haram, na África Ocidental.

Os envenename­ntos foram registrado­s inicialmen­te cidade de Qom, mas se espalharam por outras seis cidades, incluindo Pardis, localizada na província de Teerã, onde dezenas de alunas foram internadas ontem, com suspeitas de envenename­nto. Ao menos 650 estudantes foram envenenada­s em mais de 30 escolas diferentes.

O vice-ministro da Saúde do Irã, Younes Panahi, afirmou que as investigaç­ões descobrira­m que o envenename­nto em Qom foi motivado pela tentativa de fechar as escolas. “Após o envenename­nto de vários estudantes na [cidade de] Qom, descobriu-se que algumas pessoas queriam que todas as escolas, especialme­nte as escolas para meninas, fossem fechadas”, declarou.

Os primeiros relatos de envenename­nto entre estudantes mulheres começaram em novembro do ano passado, em meio aos protestos pela morte de Mahsa Amini, presa pela polícia moral iraniana por não usar o hijab de maneira correta. As manifestaç­ões causaram uma das maiores mobilizaçõ­es sociais do Irã na última década e teve participaç­ão fundamenta­l das mulheres, que queimaram os véus em oposição à obrigatori­edade da veste.

Apesar de não haver suspeitos identifica­dos, jornalista­s e organizaçõ­es independen­tes alertam que os ataques podem ser feitos por grupos de oposição ao governo ou “extremista­s domésticos” que querem transforma­r o Irã em um califado.

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